O Governo dos Açores congratulou-se hoje com a assinatura do contrato do novo sistema de cabos submarinos de fibra ótica que ligará o continente aos Açores e à Madeira em anel, apesar de subsistirem “questões importantes”.
A Alcatel vai construir e instalar o sistema de cabos submarinos de ligação do Continente, Açores e Madeira (CAM), um investimento de 154,4 milhões de euros com conclusão prevista para 2026, ficando a operação com a Infraestruturas de Portugal (IP).
O contrato para a execução da empreitada para a conceção, construção, fornecimento, instalação e entrada em exploração do cabo de fibra ótica submarino de telecomunicações foi hoje assinado pela IP e pela Alcatel Submarine Networks.
Citado em nota de imprensa do executivo açoriano, o diretor regional das Comunicações e da Transição Digital, Pedro Batista, que esteve presente na sessão, considerou que este é “um dia feliz para os Açores e para Portugal, mas que infelizmente chega com quatro anos de atraso”.
Pedro Batista referiu que “subsistem questões importantes” para as quais a região ainda não obteve resposta, exemplificando com a necessidade de saber “quem e como se garante o funcionamento da atual solução até que o novo sistema esteja concluído e em exploração”.
Pretende-se ainda “saber quando é que a República vai endereçar o tema da substituição da ligação de cabos submarinos interilhas, entretanto também já em final de vida útil e responsável pela conectividade digital das ilhas da região entre si e de sete destas ao resto do mundo”.
O diretor regional quer também saber “de que forma a redução de 50% dos preços prevista será transferida para as pessoas e empresas dos Açores e como se garantirá à região o acesso aos novos dados científicos com origem na componente SMART”.
O atual sistema, que está em operação desde 1999, tem uma capacidade na ordem dos 300 gigabites por segundo, enquanto o novo terá aproximadamente 150 terabites.
Este novo sistema – Anel CAM – vai permitir melhorias ao nível do desempenho das comunicações e, consequentemente, um “preço mais baixo”.
No que se refere ao investimento, a estimativa é ter um máximo de financiamento de 100 milhões de euros, através das verbas do leilão de 5G (quinta geração de redes móveis).
Este projeto tem cerca de 4.000 quilómetros de extensão de cabo submarino e conclusão estimada para o final de 2026, apesar de ainda não se conhecer a data para o início da obra.
O anel está inserido numa rede de comunicações internacionais, que permite “qualidade de comunicações” e transforma Portugal num “polo agregador”.