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Há afirmações que deviam ser óbvias e desnecessárias, mas que é preciso fazer. Como qualquer outra pessoa civilizada, considero urgente construir a igualdade entre todos e cada Ser Humano.

Temos um longo caminho a percorrer para atingir a igualdade de género. Apesar de haver mais Mulheres com curso superior, são mais as que estão colocadas em funções que exigem menores qualificações. Estão mais sujeitas a todos os tipos de discriminação, recebem salários e pensões mais baixos, têm empregos mais precários e incertos e, por isso, são mais afetadas pela pobreza. Estamos ainda longe da justa divisão das tarefas domésticas e na violência doméstica o cenário é dramático.

Apesar do que sugerem algumas almas mal-intencionadas, nada disto acontece por culpa das próprias vítimas ou por qualquer fatalidade da condição feminina. Resulta de uma economia que aposta em baixos salários, em atividades de reduzido valor acrescentado e que produz, artificialmente, falsas divisões sociais, para privilegiar a acumulação de riqueza, produzir maiores fortunas e alargar o fosso da desigualdade. Assim se explica que, numa sociedade que se diz democrática e desenvolvida, a desigualdade se tenha aprofundado, e não reduzido.

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Vem isto a propósito da lei da paridade, que voltou esta semana ao espaço público regional. O tempo encarregou-se de dar razão à CDU: esta solução não é eficaz nos objetivos anunciados e os factos estão aí a demonstrá-lo. Desde a entrada em vigor da primeira lei da paridade, não se verificou o aumento significativo do número de mulheres eleitas para cargos políticos e, sobretudo, aprofundaram-se as desigualdades entre Mulheres e Homens. Para os mais distraídos, será importante recordar que as listas da CDU sempre foram mais longe do que os critérios impostos pela lei da paridade, ainda antes de esta estar em vigor.

O combate às desigualdades não se faz com atalhos ou falsas soluções. Exige o combate ao modelo económico capitalista que as origina e perpetua. É essa a condição essencial para construir uma sociedade com futuro, que respeite e valorize as diferenças.

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