O dirigente do PPM/Açores Paulo Margato afirmou hoje que o novo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) é de continuidade e defendeu que os partidos com assento parlamentar devem construir “pontes de diálogo”.
“Claramente, é um governo de continuidade”, afirmou Paulo Margato aos jornalistas após a tomada de posse do novo executivo regional liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro e que inclui, pela primeira vez, o líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão, como secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades.
Paulo Margato, que representou o PPM/Açores na cerimónia realizada esta tarde na Assembleia Legislativa da região, na cidade da Horta, na ilha do Faial, lembrou que o programa da coligação que venceu as eleições regionais do dia 04 de fevereiro foi “devidamente validado”.
“É preciso não esquecer que é necessário, neste momento, criar pontes, pontes de diálogo, pontes de conversação, porque a interrupção governativa que sucedeu com o chumbo do Orçamento [em novembro de 2023, motivando eleições antecipadas] não foi de todo benéfica para os Açores, para os açorianos”, lembrou.
Nas declarações aos jornalistas, o responsável também referiu que, devido à queda do Governo Regional, ocorreu “um atraso no progresso que vinha sendo feito na parte social e na parte económica dos Açores”.
Na sua opinião, agora, “é preciso puxar às responsabilidades”: “Todos os partidos com assento parlamentar têm a responsabilidade de construir uma ponte, dialogar, porque foi isso que os açorianos disseram e pediram nas urnas nas passadas eleições.”
Com a entrada em funções, o XIV Governo Regional, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, tem agora até 10 dias para entregar, no parlamento regional, o seu Programa, documento que contém as principais orientações políticas e as medidas a propor para a legislatura.
As eleições regionais nos Açores foram antecipadas para fevereiro na sequência do chumbo do Orçamento para 2024, com os votos contra de PS, BE e IL e a abstenção de Chega e PAN.
No dia 22 de fevereiro tomaram posse os novos 57 deputados eleitos nas regionais e o social-democrata Luís Garcia foi reeleito presidente da Assembleia Legislativa.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM formou-se após as eleições regionais de 2020. O PS venceu então o sufrágio, mas perdeu a maioria absoluta, o que fez surgir a alternativa de direita, liderada por Bolieiro e suportada na Assembleia Legislativa por acordos com o Chega e a IL.
Em fevereiro, a coligação elegeu 26 deputados, menos três dos 29 necessários a uma maioria absoluta, mas Bolieiro disse que vai governar com maioria relativa e não foram assinados entendimentos.
O PS tem 23 deputados, o Chega cinco e BE, IL e PAN um, cada um.