O diretor da campanha do PS/Açores considerou hoje que está tudo em aberto ao comentar a projeção da Universidade Católica para a RTP, que dá a vitória à coligação PSD/CDS-PP/PPM nas eleições legislativas regionais, assinalando a diminuição da abstenção.
“Aquilo que concluímos é que está tudo em aberto. Há, no âmbito dos resultados, uma tendência de liderança por parte da coligação. No entanto, havendo uma avaliação mais pormenorizada destes indicadores, é possível perceber que está, de facto, tudo em aberto”, afirmou Berto Messias, numa unidade hoteleira em Ponta Delgada, onde está o quartel-general do PS/Açores nesta noite eleitoral.
O também vice-presidente do PS/Açores assinalou que, na projeção, “houve uma centralização de recolha de informação” nas ilhas de São Miguel e da Terceira, “deixando sem recolha de informação as restantes ilhas”, o que para o partido é um “dado muito relevante”.
A coligação PSD/CDS/PPM, que governa atualmente nos Açores, vence hoje as eleições legislativas regionais, obtendo entre 40% e 45%, com margem para maioria absoluta, segundo a projeção à boca das urnas realizada pela Universidade Católica para a RTP.
Com esta percentagem, a coligação PSD/CDS/PPM pode eleger entre 25 e 31 dos 57 deputados do parlamento dos Açores, sendo necessários 29 mandatos para uma maioria absoluta, de acordo com a projeção divulgada pela RTP cerca das 19:00 nos Açores (20:00 em Lisboa).
O PS fica entre 32% e 37% dos votos, elegendo 19 a 25 deputados, e o Chega obtém entre 8% e 11% dos votos e pode eleger quatro a oito deputados.
A mesma projeção indica que a Iniciativa Liberal (IL), o Bloco de Esquerda (BE), o PAN (Pessoas-Animais–Natureza) e a CDU – Coligação Democrática Unitária (coligação PCP/PEV) obtêm os mesmos resultados, entre 1% a 3%, podendo não eleger ou conseguir um mandato no máximo.
Em relação à estimativa de participação eleitoral, a projeção aponta para uma abstenção entre 44% e 50%.
Na resposta a questões de jornalistas, Berto Messias referiu, no caso dos designados pequenos partidos, que “há possibilidade de não eleição de deputados”, realçando que a sondagem não é clara quanto a uma “maioria consolidada por parte da coligação”.
“Os números são muito claros, não vou estar aqui a ser hipócrita dizer que aquilo que está nesta sondagem é, tendencialmente, positivo para o PS”, adiantou.
Contudo, explicou que se se avaliar “quer os intervalos que estão definidos, quer aquilo que é referido relativamente aos partidos mais pequenos, quer até também os intervalos da coligação” e o facto de existirem “outras ilhas que têm influência direta e relevante neste resultado”, está “tudo em aberto”.
Questionado com o facto de a projeção ter sido recebida com grande deceção na sala, onde estavam cerca de 30 pessoas, o diretor de campanha contrapôs com serenidade.
O dirigente socialista saudou ainda os eleitores que “exerceram o seu direito e o seu dever cívico de votar”.
“Ao longo do dia, fomos tendo relatos de normalidade em todas as mesas e assembleias de voto em toda a nossa região e, em nome do PS/Açores, fica aqui uma saudação e um reconhecimento público à forma ordeira e até participativa como decorreu este ato eleitoral”, adiantou
Berto Messias destacou também a “tendência de decréscimo da abstenção e, consequentemente, um aumento da participação eleitoral”.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.