Chega e Iniciativa Liberal desafiaram hoje o líder do PSD, Luís Montenegro, a esclarecer se mantém a confiança no presidente do Governo Regional da Madeira, quando decorrem buscas por suspeita de crimes de corrupção.

Numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, o presidente do Chega afirmou que é “importante perceber se Luís Montenegro vai manter a confiança em Miguel Albuquerque”.

“Estamos a falar numa altura em que o primeiro-ministro se demitiu porque houve diligências judiciais e policiais na sua residência oficial e porque é suspeito da prática de um crime. A mesma bitola que se aplicou para o primeiro-ministro, vejo difícil que não se aplique a Miguel Albuquerque, uma vez que decorrem também diligências na casa oficial do presidente do Governo”, defendeu André Ventura.

Ventura afirmou que Miguel Albuquerque é “um dos principais suspeitos” num “esquema de corrupção, um pacto corruptivo, que envolve vários titulares e antigos titulares [de cargos públicos], e que envolve um grande grupo económico”.

“Fica muito difícil ter condições políticas de continuar a gerir com autoridade e legitimidade”, afirmou, defendendo que “não haverá outra solução neste momento” que não se demitir.

Também numa declaração aos jornalistas no parlamento, o líder da Iniciativa Liberal (IL) salientou que Luís Montenegro “tem de vir dizer se mantém a confiança política em Miguel Albuquerque”.

Rui Rocha afirmou que o presidente do Governo Regional da Madeira tem de vir rapidamente “dar explicações” sobre estas buscas, por se tratar de “factos que lhe estão diretamente ligados”, e dizer “se considera que tem ou não condições para continuar em funções”.

O líder liberal desafiou também o PAN a “manifestar a sua posição”, uma vez que estabeleceu um acordo com o PSD após as últimas eleições regionais, em setembro.

A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar cerca de 100 buscas na Madeira, nos Açores e em várias regiões do continente, por suspeita de crimes de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder, entre outros, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

A mesma fonte indicou que as buscas na Madeira estão a decorrer “em várias áreas do Governo da Madeira e empresas”.

A Câmara Municipal do Funchal (PSD/CDS-PP), presidida por Pedro Calado (PSD), confirmou de manhã que foi alvo de buscas da PJ.

O presidente do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque (PSD), acompanhou as buscas à sua residência, constatou a Lusa no local, e cancelou a agenda pública.

A Lusa constatou ainda que o líder do Governo Regional saiu pelas 12:00 da sua residência e dirigiu-se para a Presidência do Governo Regional, na Quinta Vigia, no Funchal.

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