lamentou, esta sexta-feira, “a insensibilidade e falta de preocupação” do PSD e do próprio Governo Regional dos Açores relativamente à importância de se compreender as verdadeiras razões para o aumento do fenómeno de tráfico e consumo de Novas Substâncias Psicoativas (NSP) nas Regiões Autónomas.

“Só desta forma é possível compreender que o PSD tenha optado por se abster na votação que, por iniciativa dos deputados do Partido Socialista eleitos pelas Regiões Autónomas, pretendia a realização de um estudo multissetorial para compreender as causas do crescimento deste fenómeno”, defendeu o deputado socialista.

Conforme sublinhou o Vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, esta é uma realidade que tem vindo a gerar elevada preocupação, sobretudo desde a pandemia, “não apenas em termos de segurança pública, mas, também, na saúde e proteção dos próprios consumidores”.

“O nosso projeto de resolução recomendava que o Governo da República, em articulação com os Governos das Regiões Autónomas, realizasse um estudo para avaliar a prevalência e padrões de consumo entre diferentes grupos populacionais, como os jovens, os estudantes, as pessoas privadas de liberdade, as pessoas em situação de sem-abrigo e os utilizadores de drogas injetáveis”, lembrou o parlamentar, para condenar que face a esta problemática e discussão sobre as dependências “o Governo Açoriano do PSD/CDS-PP/PPM não se tenha dignado a comparecer na Comissão Parlamentar, limitando-se, na ocasião, a emitir um parecer jurídico”.

Mas, mais grave, conforme defende o parlamentar, e face a esta realidade que se constata cada vez mais nos centros urbanos da nossa Região, “é o facto dos deputados do PSD eleitos pelos Açores, que se deviam apresentar em defesa dos interesses dos Açorianos, terem alinhado com a restante bancada social-democrata e não terem votado favoravelmente este projeto”.

“Na prática, o que o Governo Regional e os seus deputados eleitos à Assembleia da República revelam é um total desrespeito para com os Açores e para com os Açorianos. No fundo, o que pretendem, apenas, é fazer propaganda eleitoralista com uma matéria deveras preocupante e que deveria congregar esforços em torno da sua resolução”, adiantou.

Segundo acrescentou Francisco César, “não querer perceber quais as verdadeiras raízes deste problema, nem querer a ajuda da República, só pode ser de quem ache que neste âmbito está tudo bem na Região. Não é essa a postura do Partido Socialista”.

Apesar da abstenção da bancada do PSD, o projeto de resolução apresentado pelos deputados socialistas eleitos pelas Regiões Autónomas foi aprovado em votação final global.

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