Ilda Baptista, Mestre em Gestão Pública

E a Senhora Administração Pública Regional? Como está? Tá boazinha?

– Olha, …. vamos andando! Pois o que é que havemos de fazer! É ir levando um dia atrás do outro.

É essa a motivação que se vê e que se sente nos gabinetes e nos corredores da Administração Pública Regional.

Somos muitos, milhares, espalhados por essas secretarias e direções regionais, as quais nos últimos anos multiplicaram-se qual milagre dos pães (deu para todos).

À boca pequena comenta-se este ou aquele pequeno abuso de poder, sente-se uma desmotivação generalizada e transversal a todas as carreiras, o que não é bom para os funcionários, nem é bom para os Açorianos.

É que a Administração Pública não é uma máquina que trabalha com a mesma energia independentemente do combustível que usa.

Quem a tomou para gerir e liderar nestes últimos três anos devia ter sido mais prudente e inteligente. Afinal tratam-se de pessoas e não de máquinas.

Chegaram no final de 2020, qual “Rambos” prontos para o combate final. Em relação ao anterior governo, criaram mais 17 direções regionais ou serviços equiparados, nomearam mais 28 técnicos especialistas (Dados do Portal da Transparência dos Açores) e criaram inúmeros lugares de coordenadores gerando a ilusão de que são cargos de chefia, quando não o são.

A arrogância do “Agora quem manda aqui sou eu!” ecoou por muitos corredores, vezes sem conta.

As nomeações extravagantes de pessoas, cujos currículos nada tinham de comum com os cargos a ocupar, sucederam-se a um ritmo frenético.

Todos nós funcionários públicos sabemos de umas quantas nomeações e de uns quantos concursos assim, não é?

E as promessas que nos fizeram à última da hora? Agora é que iriam acabar as quotas no sistema de avaliação, agora é que iria haver progressões na carreira,…. Agora é que iria ser uma festa. Até petições públicas surgiram “espontaneamente” numa tentativa de garantir a aprovação do Orçamento.

Atrevo-me a dizer que no meio deste enorme reboliço foram os próprios funcionários que seguraram as pontas e mantiveram a atividade .

Já muitos membros do governo estão a chegar ao fim do mandato sem saber bem onde estiveram e o que fizeram.

Mas os funcionários da casa sabem …. e viram tudo …. bem de pertinho.

E eu sei tão bem quanto eles que o melhor será manter a boca calada, … por enquanto.

Por isso, aqui não precisam pôr um like, eu compreendo. Mas a 4 de fevereiro não se inibam, temos uma cruzinha à disposição.”

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