As eleições de 4 de fevereiro serão para eleger os 57 deputados regionais, e não o governo regional. Bem sei que é mais conveniente, para alguns que se acham donos dos Açores, centrar as atenções no governo. Mas nada pode estar mais longe da verdade. Os governos da República de 2015 e dos Açores de 2020 demonstram isso mesmo: a formação do governo resultará dos equilíbrios parlamentares.

Esta é uma confusão recorrente. E percebe-se: evita a discussão das propostas. O resultado prático é o afastamento das ideias e, até das culpas e responsabilidades de cada força política. É verdade que as personagens não são irrelevantes. Mas a sua capacidade releva-se, precisamente, no debate político.

Quanto aos candidatos da CDU, irão demonstrar a sua capacidade para acabar com o escandaloso favorecimento das grandes empresas regionais, combatendo as desigualdades e defendendo maior justiça na distribuição dos rendimentos. É isso mesmo que vou fazer, até às eleições: defender as propostas que consideramos urgentes para os Açores.

Sim, urgentes! Porque é urgente aumentar salários, pensões e outros rendimentos, investir no Serviço Público de Saúde, pôr os transportes aéreos, marítimos e terrestres ao serviço dos Açorianos e do desenvolvimento económico e social da Região, valorizar a Escola Pública, dando-lhe os meios de que precisa para cumprir, em pleno, a sua função!

Veremos se todas as candidaturas serão capazes de fazer o mesmo… E atrevo-me a fazer uma previsão: não falarão das suas responsabilidades no escandaloso enriquecimento e favorecimento dos mesmos de sempre, enquanto a esmagadora maioria empobrece a olhos vistos, sem sentir o resultado do tal crescimento económico de que falam os governos regional e da república!

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