O Juntos pelo Povo (JPP), que concorre pela primeira vez às eleições legislativas regionais dos Açores, em fevereiro, apresenta-se em seis dos 10 círculos eleitorais e acredita que pode ser a terceira força mais votada.

“As nossas expectativas são bastante ambiciosas. Nós pretendemos ser a terceira força no parlamento regional. Há condições para isso”, disse hoje o cabeça de lista pelo círculo eleitoral de São Miguel e pelo círculo de compensação, Carlos Furtado, em declarações à Lusa.

O candidato, que foi eleito em 2020 pelo Chega, passando depois a deputado independente, entregou hoje a lista por São Miguel, em Ponta Delgada.

Para além dos círculos de São Miguel e da compensação, o JPP concorre pelos círculos da Terceira (Roberto Pires), Faial (Sara Ázera), Flores (Bruno Correia) e Santa Maria (João Martins).

Segundo Carlos Furtado, todos os candidatos são dos Açores e as listas cobrem entre 85 a 90% da população do arquipélago.

Apesar de reconhecer que teria sido mais fácil concorrer no final da legislatura, em outubro, o candidato considerou que “é um objetivo perfeitamente alcançável” chegar a terceira força política nos Açores, como aconteceu nas últimas eleições regionais na Madeira.

“O partido tem uma boa representação na assembleia regional da Madeira. A realidade aqui é certo que é diferente, porque só começámos a estrutura há aproximadamente dois meses, mas mesmo assim e atendendo a que o partido é bastante abrangente em termos de pensamento, temos condições para crer que podemos ser a terceira força na região”, defendeu.

Carlos Furtado assumiu como prioridade a “melhoria da qualidade de vida das pessoas”, “a nível da saúde, da educação, mas também do custo de vida, que é uma das situações mais graves que a população vive”.

O candidato do JPP quer também combater a saída da população da região, sobretudo entre os mais novos.

“Há muita gente que já não acredita que os Açores possam ser futuro, especialmente nas camadas jovens. Ao completar os seus estudos fora, muitos já não querem voltar, porque percebem que o futuro na região pode não ser promissor”, frisou.

Questionado sobre um cenário em que um partido ou coligação vença com maioria relativa nos Açores, Carlos Furtado disse que o JPP terá “um posicionamento de responsabilidade”, mas que ainda é “muito cedo” para falar de acordos.

“Aquele que ganhar as eleições há de ter o nosso empenho para contribuir com soluções positivas para a região, mas também há de contar connosco para ter um trabalho de fiscalização rigoroso à ação governativa, porque as maiorias, de direita ou de esquerda, tendem a trazer ditaduras de comportamento de alguns políticos”, afirmou.

O JPP concorre pela primeira vez às eleições legislativas dos Açores, mas na Madeira, em setembro, foi a terceira força política, com 14.933 votos (11,33%) e cinco deputados.

Os Açores vão a votos em 04 de fevereiro de 2024, após a dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República, devido ao chumbo do Orçamento.

Para as eleições regionais açorianas já foram anunciadas as candidaturas de seis partidos – PS, Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Chega, Bloco de Esquerda (BE), Juntos pelo Povo (JPP) e Iniciativa Liberal (IL) – e de duas coligações, PSD/CDS-PP/PPM, que governou as ilhas nos últimos três anos, e da CDU (PCP/PEV).

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