A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, nos Açores, candidatou-se a cinco projetos financiados pelo programa europeu Interreg-Mac, no próximo quadro comunitário, dois dos quais como líder, revelou hoje o presidente da associação.

“A câmara de comércio candidatou-se a dois projetos como chefe de fila e pertence a mais três como co-promotor. É uma entrada numa nova realidade dos fundos europeus, que nos passava um pouco ao lado. Éramos co-promotores, participávamos, mas sempre de uma forma muito ténue”, adiantou, em declarações à Lusa, o presidente da associação empresarial, Marcos Couto.

O programa Interreg MAC comparticipa projetos que envolvem três regiões ultraperiféricas de Portugal e Espanha (Madeira, Açores e Canárias) e sete países terceiros (Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Mauritânia, Senegal e São Tomé e Príncipe).

No quadro comunitário 2021-2027, o programa conta com uma verba de 170 milhões de euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), cofinanciando os projetos aprovados até 85%.

Para Marcos Couto, é muito importante “captar estes fluxos, captar este investimento e estar no centro de decisão”.

“Pela primeira vez no projeto Interreg-Mac poderemos vir a ter uma associação açoriana a liderar um ou mais projetos, que é a Câmara de Comércio [de Angra do Heroísmo]”, sublinhou.

O presidente da associação empresarial das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa falava, em Angra do Heroísmo, à margem das II jornadas da Associação Internacional para a Cooperação e Desenvolvimento Turísticos (ASICOTUR), de que a CCAH é parceira há cerca de um ano.

Num encontro em que foram entregues prémios de reconhecimentos da cooperação turística internacional, participaram, presencialmente ou por videoconferência, representantes de 35 países.

Marcos Couto defendeu que a realização do evento na ilha Terceira foi sobretudo “uma hipótese única” para dar a conhecer os Açores, como destino turístico.

“Os Açores, através da câmara de comércio, passam a pertencer, de uma forma efetiva, a esta rede, com todo o acesso a informação que temos e com a possibilidade que temos de nos dar a conhecer”, frisou.

Questionado sobre a possibilidade de surgirem parcerias com outros participantes no evento, o presidente da CCAH disse que já estão a ser trabalhadas.

“Já estamos a preparar novos projetos para o ano, dentro de áreas que são importantes para os Açores, que têm a ver com a sustentabilidade”, adiantou, acrescentando que são dirigidos a ‘start-ups’ da área do turismo.

Segundo Marcos Couto, ainda há muito para inovar no turismo nos Açores, sobretudo no que diz respeito à digitalização e às novas tecnologias.

“Com a abertura do quadro comunitário de apoio, a partir de janeiro, temos um grande projeto de inclusão da inteligência artificial no turismo, com o objetivo de trazer a inteligência artificial e a digitalização para a estruturação do produto turístico dos Açores”, revelou.

 

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