A visita compulsiva do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior à Região, em 5 de fevereiro de 2020 (!), foi profusamente saudada pelos socialistas locais, que viram na assinatura do contrato entre o ministério do Ensino Superior e a Universidade dos Açores a resolução do problema de financiamento da Academia açoriana. Por isso, logo trataram de lançar foguetes e chamar os jornalistas para Cordeiro exibir um troféu político.
Depois de o PS ter chumbado uma proposta oriunda da Madeira, para majorar o financiamento das universidades insulares, aparentemente, a República dava sinal de querer entender a especificidade e tripolaridade da nossa universidade. O compromisso, supostamente firmado, ascendia a 4,8 milhões de euros, a transferir de 2020 até ao corrente ano.
Tudo não passou, porém, de um episódio da pré-campanha eleitoral, nessa altura já em curso nos Açores. O que na ocasião assinaram o antigo reitor e o ministro Heitor, não se sabe. O dr. Vasco testemunhou, mas nunca revelou, e o dinheiro levou sumiço, jamais chegando aos cofres universitários. Finalmente, passados 1.401 dias, fez-se a assinatura do dito protocolo, por meios digitais – maldita internet, indisponível anos a fio e só agora reativada por inconfessado impulso eleitoral.
Como se os doutores da Academia não fossem gente de superior inteligência e a memória dos eleitores se apagasse com uns pingos de lixívia, a hipocrisia e o despudor políticos do deputado Cordeiro, 1401 dias depois, deram à luz outro eufórico comunicado. Na campanha que aí vem, a ética promete.