O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, presidiu hoje à Sessão Solene Comemorativa do 1º de Dezembro e da Restauração da Independência Nacional de 1640 que decorreu no Salão Nobre dos Paços de Concelho, tendo afirmado que a data histórica deve ser encarada pelas nações como uma inspiração ao “regresso à paz”.
“Nas vésperas de comemorar os 50 anos de um Portugal livre e democrático, que saibamos fazer desta data do 1º de Dezembro, Dia da Restauração da Independência Nacional, uma oportunidade à inspiração e aspiração das nações pelo regresso à paz. Pelo menos, devemos dar este exemplo a partir do Portugal Atlântico”, declarou o autarca.
A cerimónia desta sexta-feira foi realizada em parceria com a Delegação dos Açores da SHIP – Sociedade Histórica da Independência de Portugal e contou com uma palestra ministrada por Arnaldo Monteiro Madureira que esteve subordinada ao tema “Os Dilemas da Hora que Passa e as Escolhas Difíceis do País”.
No seguimento do quadro traçado pelo conferencista convidado, o Presidente do Município alertou para os efeitos nefastos do conflito do Médio Oriente e da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia.
“Importa deveras refletir sobre as consequências que o conflito Israelo-palestiniano e os efeitos que a guerra na Ucrânia trarão para o velho continente Europeu que, como sabemos, moldou a História da civilização ocidental fundada em valores basilares conducentes à dignidade dos seus cidadãos”, disse Pedro Nascimento Cabral, defendendo que as nações democráticas devem desenvolver esforços conjuntos que promovam a paz mundial.
“John Fitzgerald Kennedy afirmou que ‘A guerra não é um sinal de civilização, mas sim de falha da civilização’. Encontramos nesta frase um apelo e uma ação a favor da paz que as nações soberanas devem saber fazer elevar bem alto, nesta conjuntura adversa que perpassa o mundo”, reforçou.
Para Pedro Nascimento Cabral é em cenários como o que vivemos em pleno século XXI que “vale a pena aportar a importância das nações, no seu significado de principais guardiãs das garantias de estabilidade, da liberdade e da autodeterminação dos povos”.
Conforme vincou o autarca, embora a Restauração da Independência tenha ocorrido há mais de 380 anos, “é importante que neste século se comemore a data”, ou não se tratasse de um exemplo de que “a defesa da liberdade supera sempre a opressão”.
“A Restauração da Independência, após o domínio filipino, permitiu-nos, enquanto país, continental e insular, esta condição de soberania para que pudéssemos salvaguardar a nossa própria estabilidade e consolidar a nossa identidade. Por isto, devemos exaltar hoje, juntos, a soberania, a liberdade, a autodeterminação e o sentido de pertença e de união que o ser nação confere”, asseverou Pedro Nascimento Cabral.
Na sua alocução, o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada visitou ainda o poema “O teu Olhar” de Florbela Espanca para sublinhar o peso simbólico da data e enaltecer o trajeto de soberania realizado por Portugal ao longo da sua História.
“Somente unidos, podemos acautelar a nossa idiossincrasia, que nos faz ser quem somos: um povo secular que se sabe posicionar num mundo em constante dinâmica, sempre diverso em culturas e modos de ser e de estar”, enfatizou.
Na sessão solene, Pedro Nascimento Cabral fez também questão de saudar o delegado da SHIP nos Açores, Eduardo Ferraz da Rosa, pelo retomar da iniciativa em parceria com a Câmara Municipal de Ponta Delgada, bem como “o zelo empenhado” que colocou na realização da cerimónia.
“Saúdo, assim, vivamente, a Sociedade Histórica da Independência de Portugal, na pessoa do seu Delegado, o Professor Doutor Eduardo Ferraz da Rosa, pelo retomar desta iniciativa, em parceria com a nossa autarquia, e aproveitar para agradecer todo o zelo empenhado nesta cerimónia, e a mensagem que nos trouxe de Sua Excelência o Representante da República para os Açores, num relato que, em meu entender, tanto manifesta o interesse das comemorações municipais de Ponta Delgada, como o apreço para com a nossa Câmara Municipal e para com a Sociedade Histórica da Independência de Portugal na Região Autónoma”, disse.