O líder do Chega/Açores considerou hoje que no caso de serem realizadas eleições antecipadas regionais, após o chumbo do Orçamento para 2024, a data de 10 de março, para quando estão marcadas as legislativas nacionais, pode ser “muito simpática”.

“Se nós tivermos que ir a eleições não vamos adiar muito mais, até por uma questão de poupança”, disse José Pacheco, em declarações aos jornalistas, na Assembleia Legislativa Regional, na Horta.

Já na quarta-feira, o presidente do partido, André Ventura, tinha defendido que se houver eleições regionais antecipadas, devem acontecer no mesmo dia das legislativas nacionais.

“Vamos poupar algum dinheiro, vamos acelerar, e até em nome dos açorianos. Se começarmos a adiar este processo, corremos o risco de estarmos a desperdiçar dinheiro e a adiar soluções para os Açores. Se tiver que ser, que seja depressa. E eu penso que a data de 10 de março, dentro deste cenário, pode ser uma data muito simpática para isto”, afirmou José Pacheco.

O parlamentar salientou que, nos Açores, “enquanto outros estão preocupados com a sua cadeira e com o seu ordenado”, o Chega está preocupado com as pessoas.

José Pacheco absteve-se na votação do Orçamento regional para o próximo ano e disse, na declaração de voto, que futuramente só negociará com o líder do Governo Regional e do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro.

“Fiz os alertas um ano inteiro, não nos deram ouvidos, não quiseram saber e chegamos ao cúmulo de sermos insultados publicamente da forma mais negra por um partido [PPM] que é parte do Governo [Regional]. Isto é inaceitável. Senhor presidente do Governo vou manter a minha palavra, mas consigo e mais ninguém”, declarou.

O Plano e o Orçamento dos Açores para 2024 foram hoje chumbados na Assembleia Regional, com os votos contra de PS, BE e IL e abstenções do Chega e do PAN. Votaram a favor os partidos da coligação governamental: PSD, CDS-PP e PPM.

José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional dos Açores, anunciou que o executivo tenciona apresentar uma nova proposta, mas avisou que se também for chumbada, então devem realizar-se eleições e “o povo decidirá”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai receber os partidos representados no parlamento açoriano na próxima quinta-feira.

Com a perda da maioria absoluta do PS, em 2020, formou-se um Governo de direita nos Açores, com o PSD, CDS, PPM, com acordos com Chega e Iniciativa Liberal (IL), que lhe dava uma maioria no parlamento regional.

Em março, o executivo perdeu a maioria no parlamento, depois de o deputado único da IL, Nuno Barata, romper o acordo, seguindo-se o deputado o independente Carlos Furtado (ex-Chega).

 

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