O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) destacou hoje que a região tem a “maior população empregada de sempre”, enquanto o PS considerou que tal acontece devido à “conjuntura económica global” e à “dinâmica demográfica”.

“A população empregada nos Açores regista hoje máximos históricos de sempre: são mais de 118 mil trabalhadores, o que representa mais 8.000 açorianos empregados do que no final de 2019, o ano de referência antes da pandemia” de covid-19, afirmou a secretária regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego.

Maria João Carreiro falava na Assembleia Legislativa, na Horta, durante a discussão do Plano e Orçamento da região para 2024.

A governante destacou que “desde janeiro de 2021 foram colocados mais de 6.000 desempregados em ofertas de emprego”, realçando que no início da legislatura existiam “mais de 7.000 desempregados”.

“Em setembro, os Açores registaram o desemprego mais baixo da última década e meia: são menos de 5.000 desempregados inscritos nos Açores”, assinalou.

No debate, o deputado do PS Vílson Ponte Gomes defendeu que o aumento dos trabalhadores deveu-se a uma “conjuntura económica global”, realçando que entre o segundo trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2023 o aumento do número de trabalhadores a nível nacional “foi mais do dobro” do que o registado na região.

O socialista também justificou o aumento da população empregada com a “dinâmica demográfica”, uma vez que existem “mais pessoas em idade de trabalhar”.

Na resposta, Maria João Carreiro acusou o PS de estar “incomodado com a eficácia” do executivo açoriano.

Pelo Chega, o deputado José Pacheco alertou ainda para a necessidade de existir “fiscalização” nos contratos de trabalho dos imigrantes.

Já Sabrina Furtado, do PSD, enalteceu a “transformação das pessoas de programas ocupacionais em pessoas empregadas”, tal como o deputado do CDS-PP Rui Martins, que destacou a redução do número de trabalhadores naqueles programas.

O Plano e o Orçamento dos Açores para 2024, de cerca de dois mil milhões de euros, começou na segunda-feira a ser debatido no plenário da Assembleia Legislativa Regional, na Horta, onde a votação na generalidade deverá acontecer na quinta-feira.

O terceiro Orçamento da legislatura regional é o primeiro a ser votado após a Iniciativa Liberal (IL) e o deputado independente terem denunciado em março os acordos escritos que asseguravam a maioria parlamentar ao Governo dos Açores.

Antes do arranque da discussão, a IL e o PS anunciaram o voto contra na generalidade, enquanto Chega e PAN rejeitaram votar a favor, o que poderá levar à reprovação do Plano e do Orçamento. O presidente do Chega anunciou na terça-feira que o deputado do partido nos Açores vai abster-se na votação.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da IL, um do PAN, um do Chega e um independente (eleito pelo Chega).

 

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