Quando trabalhamos em rede, na linha da frente, no apoio às necessidades primárias das pessoas, a politiquice aparece-nos em cada esquina para inquinar aquilo que deveria ser inquestionável: o auxílio a quem mais precisa.

A cor política de quem lidera instituições ou quem exerce a sua profissão, vem adiante do seu mérito profissional ou do que a instituição que essa pessoa lidera significa para a comunidade.

Muitas autarquias em Portugal são especialistas neste género de politiquices, assumindo uma postura de boicote a instituições e pessoas somente pela sua cor política ou alinhamento político local, prejudicando desta forma os cidadãos que poderiam ser apoiados pelos meios e instrumentos sociais dos líderes “não alinhados” das instituições com os presidentes de câmara “regedores”.

“Não trabalho com aquela coletividade porque é PS”, “Não trabalho com aquela IPSS porque é PSD”; são afirmações que se ouvem muitas vezes em surdina por parte de quem tem de apoiar famílias que são despejadas de sua casa e de quem tem de apoiar idosos sem família que são acolhidos num lar , etc.

Os presidentes de câmara e os presidentes de juntas são simultaneamente “presidentes de comissões sociais”, constituídas por todos os líderes de instituições sociais do seu território e que neste órgão deveriam partilhar entre si situações de emergência social.

O problema é que há comissões sociais que simplesmente não reúnem por inércia dos autarcas e outras condenam ao ostracismo representantes que não são da cor política da autarquia.

Neste caso, infelizmente as politiquices sobrepõem-se aos interesses primários das pessoas.

Num país em que a colaboração e convivência entre juntas e câmaras municipais de cores partidárias diferentes já prejudica enormemente os cidadãos, há ainda quem ache de forma egoísta que esta luta política deve ser transposta para as instituições sociais da sociedade civil e para os seus representantes…

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