O Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Furtado, afirmou, este sábado, que a carreira de 50 anos de Santos Narciso foi pautada por um jornalismo de “causas, rigor e coragem” que merece ser reconhecido por todos os açorianos.
“Winston Churchill dizia que ‘a coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras’. Disso mesmo, é prova-viva Santo Narciso e o seu jornalismo de causas, rigor e coragem que tantos transtornos lhe deve ter trazido, mas que em muito contribuiu para fazer crescer a nossa sociedade e as suas instituições”, sublinhou o autarca.
Pedro Furtado falava na cerimónia de homenagem dos 50 anos de carreira jornalística de Santos Narciso que teve lugar na Junta de Freguesia de São Pedro, tendo aproveitado a ocasião para defender que, numa era de crescente desinformação, o jornalismo deve ser encarado “como um referencial de verdadeira e boa informação”.
“Mais do que nunca deve ser reconhecido ao jornalismo o imprescindível contributo para a verdade; a verdade tratada com isenção, rigor, objetividade e colocada ao serviço de causas públicas como a que Santos Narciso sempre nos brindou”, frisou.
Tendo ainda destacado o “jornalismo de proximidade” que tem também caraterizado o longo percurso profissional do homenageado, Pedro Furtado não deixou de sublinhar o “espírito interventivo e de cidadania” que tem acompanhado a vida de Santos Narciso.
Na ocasião, o Vice-Presidente do Município fez também questão de congratular a Junta de São Pedro pelo “justo reconhecimento ao jornalista e cidadão José Manuel Santos Narciso” e pelas “homenagens que tem prestado a muitas e tão ilustres pessoas da freguesia”.
No final da cerimónia, e não obstante entender que “nada fez para merecer” a homenagem, Santos Narciso agradeceu o gesto, deixando a seguinte certeza: “prometo continuar a viver enquanto o Senhor da Vida quiser e a intervir enquanto os senhores deste mundo deixarem”.
José Manuel Santos Narciso nasceu a 9 de novembro de 1948, na Ribeira das Tainhas, em Vila Franca do Campo. É, desde 1973, jornalista do Correio dos Açores, num percurso profissional que soma também passagens pelo jornal Açores e Açoriano Oriental e colaborações com diversos órgãos de comunicação social da Região.
“Este tempo todo foi ‘roubado’ à minha família e essencialmente à minha esposa, que se tornou o meu outro eu e sem a qual eu nunca teria nada conseguido. Em todas as fases da minha vida, sobretudo na fase da doença, foi ela quem me acompanhou dia a dia, noite a noite, até hoje”, declarou Santos Narciso, na sessão de homenagem.
“Ninguém pode vencer sozinho as fragilidades, é sempre preciso um outro alguém, ao nosso lado, a estimular-nos a vencer as dificuldades (…) A força da minha mulher foi aquela que me fez chegar até aqui, com todas as limitações, mas também com toda a vontade de viver que os meus quase 75 anos ainda vão tolerando e querendo”, disse.