A Ribeira Grande, nos Açores, reforçou as medidas de apoio às famílias, face às dificuldades que muitos agregados enfrentam devido à crise inflacionista, e criou um serviço de mediação de crédito, foi hoje anunciado.

“Dentro deste pacote que foi reforçado, criamos uma nova medida de apoio. Essa nova medida tem a ver com o serviço de mediação de crédito, que nos parece fazer todo o sentido nesta altura, atendendo às elevadas taxas de juros”, afirmou o presidente da autarquia da ilha de São Miguel, Alexandre Gaudêncio.

No total, estas medidas “representam cerca de 250 mil euros do orçamento municipal”, segundo revelou à agência Lusa o autarca, indicando que “há cada vez mais agregados familiares que solicitam apoio, principalmente devido ao aumento das taxas de juro”.

“Temos tido um aumento desde agosto, setembro do ano passado. E, este ano, comprova-se que os pedidos de apoio têm aumentado”, assinalou Alexandre Gaudêncio (PSD), assegurando que face à situação os serviços da autarquia “têm agilizado” os processos e pagamentos dos apoios.

O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, na costa Norte da ilha de São Miguel, explicou que, face “às dificuldades que muitas famílias estão a ter devido à crise inflacionista”, a autarquia decidiu “colocar imediatamente diversas medidas que visam apoiar os agregados que mais estão a sofrer com o aumento dos preços”.

Uma das novidades é a criação de um serviço de mediação de crédito, iniciativa que o autarca classificou de “pioneira”.

“Na prática, criamos um serviço interno na autarquia, onde qualquer munícipe pode requerer a sua renegociação de crédito enviando à Câmara documentação, que posteriormente será reencaminhada para renegociadores de crédito”, detalhou o autarca.

Além disso, a autarquia reforçou os apoios que já estão em vigor, que vão desde o fundo de emergência social que apoia os munícipes com dificuldades ao nível das despesas básicas, com alimentação, eletricidade e com consumo de água e, podendo, também “auxiliar de forma extraordinária as prestações das casas e de rendas”, referiu Alexandre Gaudêncio.

A autarquia alterou, também, o regulamento ao nível dos apoios à habitação degradada, o que permite disponibilizar um subsídio que pode ir até cinco mil euros para pequenas obras nas moradias.

Estão também previstos apoios para bolsas de estudo direcionados a estudantes do ensino superior, bem como descontos para reformados e pensionistas com mais de 65 anos, ao nível de tarifas municipais, e para famílias numerosas, independentemente dos rendimentos.

“A partir de cinco elementos no agregado familiar é possível requerer o cartão de famílias numerosas, que assegura uma série de descontos ao nível da tarifa da água e saneamento básico”, concretizou o autarca.

O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande sublinhou à Lusa que “não se tratam de medidas apenas destinadas a agregados que auferem apoios sociais”, dando como exemplo o cartão de famílias numerosas, que “pode ser requerido por qualquer família independente do rendimento, assim como o cartão com descontos para maiores de 65 anos e a renegociação de crédito”.

Alexandre Gaudêncio admitiu reforçar o orçamento destes apoios, caso os pedidos de ajuda “aumentem de forma exponencial, como se calhar se prevê”.

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