A Iniciativa Liberal (IL) dos Açores disse hoje estar “profundamente preocupada” com o nível de endividamento da região, considerando que se encontra “estruturalmente dependente do crédito”.

“Nos últimos dois anos e meio, a dívida da região cresceu ao ritmo de cerca de um milhão por dia, sem que isso se reflita no crescimento do Produto Interno Bruto, nem no Valor Acrescentado Bruto”, refere Pedro Ferreira, dirigente regional do grupo de coordenação local da IL dos Açores, em comunicado.

Ainda segundo o dirigente, “neste momento, e tendo em conta os mais recentes dados, essa dívida ascende a 3.326,73 milhões de euros, no final do segundo trimestre de 2023”.

Na nota, a IL acrescenta que o número reflete “não só um nível preocupante de endividamento, como demonstra, sem sombra de dúvidas, um incumprimento das normas orçamentais aprovadas no orçamento da região para 2023 (endividamento zero)”.

“Apesar da maior cobrança de imposto, por via do aquecimento da economia e do crescimento do turismo, e por via da inflação, o Governo PSD/CDS/PPM continua a constituir dívida em nome dos açorianos e das gerações vindouras para satisfazer as suas clientelas e os seus caprichos eleitorais”, lê-se na nota.

Para a IL/Açores, os dados “demonstram que a região se torna estruturalmente dependente do crédito, viciada em fazer dívida o que torna esta maioria de Governo igual às que no passado governaram os Açores”.

Pedro Ferreira lembra também que a IL “tentou, com muito esforço e sentido de responsabilidade, não onerar ainda mais os açorianos de hoje e os de amanhã, nesta fase em que os juros estão a subir”.

No entanto, acrescenta, “o PSD e os seus coligados parceiros não conseguem, não sabem e não querem governar os Açores sem ser dando tudo a todos e endividando ainda mais a região castrando assim as possibilidades das gerações futuras escolherem o seu destino”.

“Aos nossos filhos restará apenas o caminho da emigração”, conclui.

O défice da administração pública dos Açores em 2022 foi de 395 milhões de euros, um agravamento de 10 milhões face a 2021, enquanto a dívida bruta aumentou 300 milhões de euros entre aqueles anos, segundo dados hoje revelados.

Segundo o Procedimento dos Défices Excessivos publicado pelo Serviço Regional de Estatística (SREA) e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a “necessidade de financiamento da administração pública” açoriana em 2022 foi de 395,1 milhões de euros (dados provisórios), enquanto no final de 2021 atingiu os 385 milhões de euros (dados finais).

Dos 395,1 milhões de euros de défice da região em 2022, 353,6 milhões de euros dizem respeito ao Governo Regional, 20,9 milhões de euros são referentes a “serviços e fundos autónomos” e 20,5 milhões são provenientes das empresas públicas.

 

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