O PAN/Açores admitiu hoje que a discussão do Plano e Orçamento da região para 2024 vai ser “muito difícil” e acusou os partidos da coligação de tentarem “passar o ónus da responsabilidade” aos que têm “incidência parlamentar”.

“Vi as mensagens dos outros partidos, nomeadamente do PSD e dos outros partidos da coligação [CDS-PP/PPM] e nota-se que estão em pré-campanha, estão a tentar passar o ónus da responsabilidade aos partidos que têm uma incidência parlamentar”, referiu Pedro Neves.

O líder açoriano do PAN falava aos jornalistas na sede da Presidência, em Ponta Delgada, após uma reunião com o líder do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), no âmbito do processo de auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento para 2024.

Segundo o líder do PAN/Açores, os referidos partidos estão “com um pensamento não derrotista, mas pessimista, estão a largar já o bebé no chão” e estão “a dizer à partida que também não estão a confiar no próprio orçamento”.

“Por isso, acho que vai ser muito engraçado, e estou a ser irónico. (…) A própria coligação não acredita [no Orçamento para 2024], por isso, ninguém saberá o que é que sairá daqui”, vaticinou.

Pedro Neves lembrou que o PAN não tem “qualquer vínculo ou acordo” com o Governo Regional dos Açores, mas absteve-se no orçamento de 2021, reprovou o orçamento de 2022 e votou favoravelmente o documento de 2023 “porque seria um dos anos mais difíceis para todas as pessoas” devido à inflação e ao aumento das taxas de juro.

“No ano de 2024, vamos ver. Nós não temos ainda sequer nenhum documento no qual nos podemos basear, por isso não sabemos aquilo que vai ser”, apontou.

No entanto, para o próximo ano, o responsável pelo PAN nos Açores manifestou prioridades em áreas como a saúde, a habitação e o estatuto profissional dos bombeiros nos Açores, entre outras.

O presidente do Governo dos Açores começou hoje a ronda de auscultação dos partidos e parceiros sociais a propósito do Plano e Orçamento da região 2024, o quarto da legislatura, que vai ser discutido em novembro na Assembleia Regional.

O Orçamento para 2024 vai ser o primeiro a ser votado após a IL e o deputado independente terem denunciado os acordos escritos que sustentavam o Governo Regional.

Os três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26 deputados na Assembleia Legislativa. Com o apoio do deputado do Chega, somam 27 lugares, número insuficiente para a maioria.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).

 

PUB