A 3.ª edição dos Encontros Sonoros Atlânticos Francisco de Lacerda inicia-se no dia 16 e propõe seis concertos, entre Lisboa e os Açores, e a estreia da obra vencedora do Prémio Compositor Francisco de Lacerda, anunciou hoje a organização.
Outra estreia prevista é a de um documentário sobre a vida e obra do compositor açoriano, que foi o primeiro bolseiro do Estado português ao ter prosseguido os estudos em Paris, em 1895, depois de ter concluído o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional.
O documentário “Francisco de Lacerda Ou a Fragueira ou Paris”, realizado por Luís Porto, estreia-se no dia 18, às 19:00, no Museu da Fundação Francisco Lacerda, na Calheta, na ilha de S. Jorge.
O documentário será também exibido, no dia 22, às 21:00, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo e, no dia 22, às 18:30, no Conservatório de Ponta Delgada.
“Nesta edição, e prosseguindo uma aposta determinada na música nacional, o ciclo Encontros Sonoros Atlânticos Francisco de Lacerda deu carta branca ao compositor Igor C. Silva, que apresenta uma nova instalação/performance multimédia, e encomendou transcrições de obras de Francisco de Lacerda ao pianista, compositor e orquestrador Filipe Raposo e ao compositor Sérgio Azevedo”, realçou o maestro Vasco Mendonça, programador artístico do ciclo.
“O mapa desta terceira edição constrói-se de forma circular, entre 16 e 30 de setembro, com início em Lisboa, a que se seguem espetáculos [nas ilhas açorianas de] São Jorge, Terceira e São Miguel, e término em Lisboa”, segundo a Associação Francisco de Lacerda – a Música e o Mundo, que organiza os encontros.
A obra vencedora da 2.ª edição do Prémio Compositor Francisco de Lacerda/Fundação Millenniumbcp, que será conhecida na próxima terça-feira, é estreada no dia 30, às 19:00, na Biblioteca Nacional, em Lisboa, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção da maestrina Rita Castelo Branco.
Este é o galardão nacional com o mais elevado valor pecuniário – 7.500 euros – destinado a composição para orquestra e que “pretende fomentar a criação musical em Portugal”.
Nos diferentes concertos dos encontros destacam-se as obras de Francisco Lacerda (1869–1934), referido pela organização como um “estímulo para a criação de novas peças musicais, em sintonia com os locais em que se apresentam”.
A abertura do ciclo, no dia 16, é nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, “com um concerto feito à medida: uma primeira parte de música portuguesa para quarteto de cordas, e que termina com uma genealogia da canção portuguesa, combinando Francisco de Lacerda com arranjos de Fausto, Janita Salomé e Amélia Muge”, interpretados pelo Quarteto Lisboa e pela soprano Bárbara Barradas.
No dia 19, na Fajã da Fragueira, terra natal do compositor, na ilha açoriana de S. Jorge, as ruínas da sua casa são o cenário de um concerto pelo guitarrista Mário Delgado.
No dia 21, realiza-se um concerto para voz e piano, por Filipe Raposo e pela cantora Rita Maria, no Teatro Angrense, em Angra do Heroísmo.
Ainda por terras insulares, no dia 23, na Escola Domingos Rebelo, em Ponta Delgada, concerto pela Filarmónica Nossa Senhora das Neves, sendo solista a soprano Beatriz Vasconcelos.
No dia seguinte, no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande, na ilha de S. Miguel, estreia-se a instalação/performance multimédia do compositor Igor C. Silva.
Os encontros terminam, no próximo dia 30, em Lisboa, com um concerto pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Em comunicado, Vasco Mendonça refere que este foi “um ano particularmente desafiante a nível orçamental”, tendo sido desenhada “uma programação com a convicção reforçada de que a arte e a cultura assumem um papel essencial na nossa vida comunitária: são porventura a forma mais eficaz de combater a barbárie, de substituir a desumanização pela empatia, de nos afastar mais um pouco do abismo”.