Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

É assim em todo o lado e também nos Açores. Verão é sinónimo de festivais e toda a sorte de eventos prazenteiros que deliciam qualquer público, seja em razão da idade, das preferências musicais ou gastronómicas. Não há crise que faça temer os organizadores e os festivaleiros. Uns estão para outros, nada quebra tão forte ligação e cada terra afirma-se e identifica-se com os festivais que promove.

Devo aqui uma declaração de interesses: não organizo festivais, nada tenho contra quem os põe de pé e até passo fugidiamente por um ou outro. Isto não significa, no entanto, a concordância com tudo o que se faz neste domínio. Desde logo sobre as fontes de financiamento destes eventos, ou dito de forma absolutamente clara, sobre o financiamento público de toda a festança estival.

Numa Região que ainda revela muitas fragilidades no plano social e insuficiências de serviços e bens estruturais, o recurso à subsidiação deve ser feito de forma comedida e sob critérios rigorosos,que tenham em conta uma verdadeira eficiência económica.

Bem sei que todos arrogam o direito de receber o inevitável subsídio, e no valor que cada um deseja, mas tratar tudo por igual, sem atender ao mérito de cada um, é o pior erro que poderá cometer quem gere o dinheiro dos contribuintes.

Faz falta um estudo sobre o impacto económico e social destas realizações, saber o que acrescentam para além dos estados de alma, e como potenciar cada euro despendido pelos orçamentos da Região e dos municípios. Precisamos de inverter este triste fado que nos condena a sermos pobres e alegres.

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