O deputado único do PAN/Açores, Pedro Neves, considerou hoje que é preciso a “união de todos” para enfrentar o problema da pobreza no território e “garantir um futuro mais justo e próspero” para todos os açorianos.
No segundo dia do plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que decorre na Horta, Faial, o deputado do PAN abordou a pobreza, um “assunto crucial que afeta a vida de inúmeras pessoas nos Açores”.
“É necessário a união de todos nós para enfrentar esse desafio com o objetivo de garantir um futuro mais justo e próspero para todos os açorianos”, declarou.
Pedro Neves assumiu que não se pode “ignorar a realidade dura que muitas famílias enfrentam diariamente na luta contra a pobreza”.
“Como podemos pensar em investir em ações da bolsa quando à noite a maior parte dos açorianos contam os trocos para meter comida ao jantar?”, questionou.
Na sua opinião, “são necessárias ações ousadas e uma abordagem holística, tanto pelo Governo e por todos os partidos políticos, como também de toda a comunidade açoriana”.
“A luta contra a pobreza nos Açores é um desafio complexo, mas é possível superá-lo quando nos unimos e agimos de forma coletiva”, disse.
Na discussão do assunto, o deputado do PSD, Bruto da Costa, dirigiu-se à bancada do PS e afirmou: “Os senhores queriam esconder este problema e esconderam-no demasiado tempo”.
“O combate à pobreza, na nossa opinião, não tem esquerda nem direita”, referiu, lembrando várias medidas do atual Governo Regional (de coligação PSD/CDS-PP/PPM).
Disse que “ter trabalho e rendimento” é a única forma de “combater um flagelo nos Açores associado à pobreza”.
O deputado socialista Vasco Cordeiro considerou que é necessária uma aproximação ao fenómeno da pobreza e lembrou que o PS implementou em 2018 uma estratégia para combater o problema.
Deu ainda nota de alguma preocupação com “aquilo que aparenta ser a estagnação da implementação da estratégia regional de combate à pobreza e à exclusão social”, mas disse esperar que as medidas continuem a ser implementadas.
Também salientou que a administração pública “tem sido um dos pilares fundamentais“ para o trajeto que a região tem feito na melhoria de indicadores sociais e económicos.
Paulo Estêvão (PPM) observou que a pobreza é um problema “estrutural da sociedade açoriana” e é necessário encontrar uma solução, o que está a ser feito pelo Governo Regional.
“O que tem que se fazer é apostar na área da educação, da formação, e é isso que nós estamos a fazer e, ao mesmo tempo, criar medidas de apoio”, declarou.
Segundo António Lima (BE), a região tem uma taxa de pobreza superior ao geral e no território vive-se “com muitas dificuldades”.
Na sua opinião, “o aumento do salário mínimo é um fator de combate à pobreza”.
O deputado do IL José Luís Parreira questionou o deputado do PAN sobre se o modelo de desenvolvimento seguido na região é ajustado e concluiu que a degradação das contas públicas dos últimos anos mostra que “talvez o modelo que estejamos a seguir não é o mais ajustado”.
Por sua vez, José Pacheco (Chega) entende que devem ser os privados e as empresas a desenvolver e a incentivar a economia na região e não o Estado, declarando que “devem ser os privados, as empresas, que devem criar riqueza e criar emprego”.
Catarina Cabeceiras (CDS-PP) alertou que a pobreza é “talvez o maior desafio” que a região enfrenta e salientou que o Governo Regional tem estado focado em melhorar a qualidade de vida dos açorianos.
O deputado independente Carlos Furtado disse que “o centro da questão não é saber se o modelo [de desenvolvimento económico] com mais intervenção ou menor do Estado é o melhor”: “O nosso modelo económico não funciona, porque estamos há décadas a depender de fundos comunitários para termos a vida que temos”.
O plenário da Assembleia Legislativa Regional aprovou hoje, entre outros, votos de congratulação pela carreira de Augusto Fraga como realizador, guionista e publicitário, em Portugal e no estrangeiro, e pelo atleta Gonçalo Rodrigues, do Clube Náutico da Lagoa (São Miguel), que se sagrou recentemente campeão mundial de jet ski, na categoria de GP2 e GP4.
Foi ainda aprovado um voto de pesar pela morte do antropólogo Raul Benevides.