O secretário regional das Finanças disse hoje que os Açores registaram no primeiro semestre a “melhor execução de sempre”, em resposta à IL, que acusou o Governo de criar “ilusão de uma região mais rica”, e a críticas socialistas.
No seguimento da intervenção do deputado do IL, José Luís Parreira, o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte Freitas, revelou que no final do primeiro semestre de 2023 a região conheceu “a maior execução dos últimos 10 anos”.
“Um valor de 40,3% de execução do plano em ternos relativos e, em termos absolutos, o segundo maior valor do primeiro semestre da história, só ultrapassado em 2020 por causa do covid. (…) A melhor execução de sempre do plano regional”, disse.
Duarte Freitas acrescentou que os Açores apresentam “a maior população ativa da história, a maior população empregada da história, um crescimento há 24 meses consecutivos, um turismo pujante, a agricultura e as pescas a fortalecerem-se, as exportações a crescerem”.
“Isto é a economia dos Açores em 2023. E aqueles que proclamam sempre a vinda do diabo, que diziam que a Tarifa Açores era impossível, que diziam que a descida de impostos era catastrófica, continuam a anunciar dia a dia o diabo e o que veem é o sol a raiar da economia dos Açores”, vincou.
O governante também respondeu ao líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, que alertou segunda-feira para o “descontrolo evidente e profundo” das finanças regionais e criticou a “incapacidade” do Governo Regional para executar fundos comunitários e realizar o investimento público projetado.
“Aquilo que o senhor deputado Vasco Cordeiro disse ontem [segunda-feira] é falso, é falso”, afirmou.
Referiu que quando Vasco Cordeiro estava no poder “era especialista em contas de sumir”: “Fez sumir o capital da SATA, fez sumir o capital de muitas empresas do setor público empresarial, fez sumir milhões e milhões e milhões. Agora é especialista em somar, mas em somar à moda de um antigo dono de um restaurante micaelense que ao valor da comida somava a mesa e a data”.
“E o senhor deputado Vasco Cordeiro faz um pouco isto hoje em dia. É que ele acusa este Governo de aumentar a dívida, somando nessa dívida aquilo que este Governo (PSD/CDS-PP/PPM) teve que acomodar das dívidas que herdámos dele [quando liderou o Governo Regional]”, apontou.
Vasco Cordeiro lamentou que o governante tenha utilizado a iniciativa política da IL para responder ao PS, quando ele não interveio no plenário, e disse ao presidente da Assembleia Regional que lamentava a situação por ter “assistido impávido e sereno” a uma intervenção que “fugiu completamente” ao que estava a ser discutido.
O deputado da IL, José Luís Parreira, disse na sua intervenção que “priorizar a alocação de recursos é primordial e reduzir a dívida para garantir mais condições de futuro é urgente”.
“No longo prazo, serão necessárias novas linhas de crédito governamentais ou novos quadros comunitários para os sustentar. Com isso, o Governo cria a ilusão de uma região mais rica, tal como adicionar água ao leite cria a ilusão de que há mais deste bem. E os fundos comunitários, repito, são como recursos naturais não renováveis”, disse.
Entre outros parlamentares, sobre a intervenção do IL pronunciou-se Carlos Silva (PS), que perguntou: “Os senhores continuam ou não continuam a apoiar este Governo e as políticas que ele, dia após dia, apresenta e os resultados que prejudicam diariamente as empresas e as famílias açorianas?”.
Durante a discussão, o deputado do PPM Paulo Estevão dirigiu-se à bancada do PS, valorizou o contraditório, e afirmou: “É isto que vos incomoda. É que este Governo está a ter sucesso nas suas políticas”.
Nos trabalhos iniciais da sessão foi também proferida uma intervenção política pelo deputado do Chega, José Pacheco, que foi crítico sobre a atual governação e garantiu que o partido mão existe “para agradar”, mas sim para mudar todo um sistema que caracterizou “de ‘podre, caduco e corrupto’”.