O Presidente da República assinalou hoje os 25 anos do sismo no Faial, Pico e São Jorge, que provocou oito mortes, numa mensagem escrita ao presidente do Governo Regional dos Açores, pedindo que “exprimisse a solidariedade às vítimas”.
Numa nota divulgada na página da Presidência da República, lê-se que Marcelo Rebelo de Sousa enviou uma mensagem ao presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, na qual “evocou o seu testemunho direto de há 25 anos do sismo no Faial, que visitou, nesse ensejo, e onde ainda sentiu as réplicas”.
Segundo a nota, Marcelo pediu a Bolieiro que “exprimisse a solidariedade às vítimas desse sismo, bem como aos autarcas locais”.
Esta manhã, o primeiro-ministro, António Costa, também assinalou os 25 anos do sismo de 1998 numa mensagem divulgada na rede social Twitter, na qual prestou homenagem aos habitantes das ilhas açorianas e à “eficiência dos poderes públicos que concretizaram uma reconstrução exemplar”.
Em 09 de julho de 1998, um sismo de 5,8 pontos na escala de Richter atingiu a costa norte da Ilha do Faial, nos Açores, provocando oito mortos, 110 feridos e mais de 1.500 desalojados, e destruindo 70% do parque habitacional daquela ilha.
Em declarações à Lusa no âmbito de uma reportagem sobre os 25 anos do sismo, José Contente, atual deputado do PS ao parlamento regional e que era secretário regional da Habitação e Obras Públicas em 1998, recordou as dificuldades que o executivo sentiu naquele ano para alojar provisoriamente as pessoas, numa primeira fase, em tendas provisórias, e depois em prefabricados.
“Houve que realojar logo aquelas pessoas, naquele verão, em termos de realojamento provisório. Eu recordo, a esta distância, que não havia prefabricados em lado nenhum, as fábricas estavam fechadas no verão. Teve de vir uma equipa do Canadá para fazer a montagem deste tipo de prefabricados”, conta.
25 anos depois, o ex-governante considera que o Faial “está hoje mais bem preparado para enfrentar fenómenos como o terramoto de 09 de julho de 1998”, apesar de a ilha estar a ser agora novamente assolada por uma nova crise sísmica.
De acordo com o CIVISA, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, foram registados desde o início da semana dezenas de sismos (alguns dos quais sentidos), com epicentro no mar, a oeste da freguesia do Capelo, exatamente do lado oposto ao do grande sismo, que ocorreu também no mar, a apenas cinco quilómetros da ponta da Ribeirinha, na costa leste.
“A atividade sísmica a oeste da ilha do Faial encontra-se acima dos valores normais de referência”, refere o ‘site’ oficial do CIVISA, que adianta estar a acompanhar a evolução desta crise sísmica de origem tectónica, ou seja, resultante da movimentação das placas tectónicas que atravessam o grupo Central dos Açores.