O projeto “Música no Forte”, nas Lajes do Pico, Açores, estreia no domingo a iniciativa “Línguas de Fogo” para celebrar o centenário de nascimento de Natália Correia, uma das mais essenciais figuras literárias açorianas, revelou hoje a organização.
“Música no Forte” é um programa da associação MiratecArts, apoiado pelo município açoriano das Lajes do Pico, que permite a realização de eventos musicais ao Forte de Santa Catarina.
Numa nota de imprensa, a associação, que tem sede na ilha do Pico, adianta hoje que foi criado “um grupo inteiramente feminino para compor e interpretar temas originais” sobre os textos de Natália Correia, num programa “inédito de concerto em torno da sua obra poética”.
Em palco estarão quatro mulheres da música, cada uma oriunda de uma ilha dos Açores.
Após uma residência artística, o projeto “Línguas de Fogo” apresenta-se pela “primeira vez em palco com a mariense Isabel Mesquita, a italiana Antonella Barletta, que desde 2009 faz parte do Conservatório Regional de Angra do Heroísmo (Terceira), Gianna De Toni, que se mudou de Roma para os Açores em 1999 para exercer funções como docente do Conservatório Regional de Ponta Delgada (São Miguel), e a portuense Sara Miguel que faz da ilha do Pico sua casa há alguns anos”, avança a associação.
“Pode esperar-se palavras subversivas, acordes despudorados, mensagens incendiárias e o apaixonante sagrado feminino, d’A Insubmissa’, no cerne telúrico de cada canção”, sublinha a MiratecArts, destacando que a iniciativa visa comemorar o centenário de nascimento de “uma das mais essenciais figuras literárias açorianas e celebrar a mulher inspiradora por trás da escrita”.
Este novo projeto musical açoriano, “Línguas de Fogo”, estreia-se no próximo domingo, às 19:30 locais (20:30 em Lisboa), na temporada “Música no Forte”, nas Lajes do Pico.
Figura “incontornável da intelectualidade portuguesa do século XX, Natália Correia foi mais do que uma aclamada voz poética”, assinala a associação.
Natália Correia fez televisão, foi deputada, jornalista, dramaturga, guionista, tradutora, romancista e editora, assumida feminista, activista feroz, exímia oradora e uma mulher bem à frente do seu tempo, acrescenta a associação.
A MiratecArts vinca ainda a “voz literária única e difícil de catalogar – algures entre o surrealismo e o romantismo” de Natália Correia, que em quase 70 anos de vida deixou uma obra riquíssima, como a associação a define.
O projeto “Música no Forte”, que tem entrada gratuita para o público, permite a realização de concertos, aos domingos, ao pôr-do-sol, até 13 de agosto, no Forte de Santa Catarina.