O Secretário Regional do Mar e das Pescas defendeu na segunda-feira uma “sintonia” dos diversos parceiros para uma maior valorização do pescado dos Açores.

Após um encontro mantido com a Lotaçor, Federação das Pescas dos Açores, APASA e Associação Pão do Mar, Manuel São João defendeu ser preciso que “todos tenham consciência de que, para se conseguir valorizar o pescado, têm que existir avanços, mas também cedências”, referindo-se em concreto ao acordo alcançado, entre produção e indústria, para o estabelecimento de um valor mínimo para o atum Bonito na safra de 2023.

“Existe um entendimento para que seja pago à produção 1,5 euros por quilo. É uma garantia para a produção que deixa de ter necessidade de apoios suplementares, como por exemplo combustíveis e outros custos, no imediato”, disse, recordando que “a isenção de taxas de lota em 2022 foi uma situação extraordinária”.

Segundo o Secretário Regional do Mar e das Pescas, “não existe, atualmente, limitação às capturas daquela espécie, exceto no que se refere à capacidade de armazenamento e congelação”.

“O que é certo”, sublinhou Manuel São João, é que “está assegurada uma maior capacidade de transformação, quer com a inauguração da nova fábrica da Conseran, na ilha do Pico, quer através dos investimentos a realizar em Santa Catarina, na ilha de São Jorge”.

Manuel São João reforçou também o impacto das novas medidas a implementar na safra do atum Bonito para 2023.

“Ao longo destes dois anos adquiriu-se alguma experiência. Este ano, existem limitações no Entreposto da Madalena do Pico, o que representa metade da capacidade de congelação e armazenamento da região, mas a unidade já estará operacional no próximo ano”, ressalvou, concluindo que “foi necessário avançar com alguns condicionalismos, nomeadamente ao nível da comunicação de descargas numa plataforma eletrónica única, de forma a acautelar a indústria e proteger a produção, não só em termos de quantidade, mas particularmente da qualidade”.

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