O Governo Regional dos Açores vai criar um Centro Tecnológico de Apoio ao Artesanato para apoiar investigação, formação e desenvolvimento de ideias e projetos de empreendedorismo no setor, foi hoje anunciado.

“O Centro Tecnológico de Apoio ao Artesanato será um espaço para o usufruto de equipamentos e de um vasto espólio, numa lógica de incentivo à investigação técnica e científica, à experimentação e ao conhecimento das técnicas ancestrais que tendem a desaparecer, contribuindo para a formação de uma mentalidade empreendedora entre jovens e adultos”, afirmou a secretária regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego, Maria João Carreiro, citada numa nota divulgada no portal do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).

A governante, que participou, na sexta-feira, na sessão de abertura do fórum “Artes e Ofícios – Pensar o Fazer”, em Ponta Delgada, disse que o novo centro deverá entrar em funcionamento “no início do próximo ano”, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

“Surge num contexto de crescimento e de afirmação do artesanato dos Açores, bem como da necessidade de criar um espaço de conhecimento e experimentação aberto aos artesãos e ao público em geral”, explicou.

Segundo Maria João Carreiro, o número de artesãos inscritos e com carta de artesão nos Açores aumentou de 537, em 2020, para 622, em 2023.

“Este é um setor dinâmico, que se está a renovar e a atrair novo talento”, sublinhou.

Também o número de unidades produtivas artesanais (UPA) aumentou de 482, em 2020, para 567, em 2023.

“Este ano atingimos as 189 UPA com selo de certificação ‘Artesanato dos Açores’, o que expressa bem o compromisso dos nossos artesãos com os padrões de qualidade e produção das suas criações que distinguem e diferenciam o artesanato dos Açores”, frisou a titular da pasta do Emprego.

Desde 2021 foram aprovadas no âmbito do Sistema de Incentivos ao Desenvolvimento do Artesanato (SIDART) candidaturas no valor total de mais de 600 mil euros, de acordo com Maria João Carreiro.

A verba destinada a este sistema de incentivo, que apoia formação, participação em feiras e exposições, investimentos em unidades produtivas artesanais e projetos de qualificação e inovação, foi reforçada em 70 mil euros, em 2023, para um total de 200 mil euros.

O fórum “Artes e Ofícios – Pensar o Fazer”, que “não se realizava há mais de 15 anos nos Açores”, juntou em Ponta Delgada artesãos, profissionais e investigadores do artesanato, das indústrias criativas, da moda e do design “para debater a viabilidade das artes e ofícios na região” e “pensar a sustentabilidade económica, social e ambiental como uma componente integrante do ciclo de vida do produto artesanal”.

Com curadoria de Álbio Nascimento e Kathi Stertzig, da Origem Comum, o fórum, que termina hoje, foi organizado no âmbito do projeto Hands on Azores, desenvolvido no contexto do Modamac, cofinanciado pelo programa Interreg.

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