A requalificação da ribeira da Vinha Brava, orçada em 1,1 milhões de euros, vai reduzir a ocorrência de cheias em Angra do Heroísmo e já deu provas de eficácia, defendeu hoje o presidente do Governo dos Açores.

“A eficácia e a eficiência desta obra é evitar problemas. Já resultou, porque tivemos um período invernoso sem consequência”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, que inaugurou hoje a obra de requalificação da ribeira, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

A empreitada, lançada inicialmente por cerca de 845 mil euros e cofinanciada em 85% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), arrancou em agosto de 2021, com prazo de execução de seis meses, mas foi alvo de várias prorrogações.

Concluída há “alguns meses”, só hoje foi inaugurada pelo presidente do executivo açoriano, que desvalorizou o atraso.

“Não foi significativo. O que interessa, sobretudo, é o bom resultado da obra. A verdade é que os pequenos atrasos tiveram a ver sobretudo com a falta de mão-de-obra e com a importância qualificadora dos muros, porque, numa cidade como Angra [do Heroísmo] e nesta magnífica paisagem, quisemos preservar um sentido estético nesta obra, para além da sua eficácia”, explicou.

A construção de uma passagem hidráulica por baixo da via circular de Angra do Heroísmo condicionou o trânsito durante vários meses, em 2022, provocando a contestação da população.

A intervenção consistiu na beneficiação do leito e margens da ribeira da Vinha Brava, numa extensão de cerca de 680 metros.

Num primeiro troço, foi beneficiado o canal já existente e, num segundo, foi necessário construir um novo canal e passagens hidráulicas, num terreno adquirido pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.

Segundo José Manuel Bolieiro, a requalificação vai “evitar os problemas de inundações”, que afetavam “frequentemente” a cidade de Angra do Heroísmo, devido a “alterações urbanísticas” realizadas no passado, mas vai também prevenir futuras ocorrências, que pudessem ser potenciadas pelas alterações climáticas.

“Fizemos uma intervenção que a montante e a jusante encaminha as águas de maneira controlada. É verdade que as alterações climáticas são geradoras de fenómenos extremos da natureza com maior frequência, como também as alterações urbanísticas realizadas perturbaram o normal percurso das águas”, apontou.

O presidente do executivo açoriano disse que o problema ficou “bem resolvido” e que isso ficou comprovado pela ausência de ocorrências naquela zona neste inverno.

“Sei que, no dia-a-dia, pela ausência dos problemas, as populações não se vão lembrar desta obra, que superou 1,1 milhões de euros, mas, da nossa parte e da Proteção Civil, todos os dias em que houver chuva e tempestade e não acontecer nada às populações, lembrar-nos-emos da importância que esta obra teve”, frisou.

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