O PS/Açores defendeu hoje que o que importa para a SATA é o presente e o futuro, quando questionado sobre uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) às companhias aéreas açorianas, relativa ao período entre 2013 e 2019.

“Independentemente de no passado terem sido tomadas boas e más decisões, importa agora é saber o que vamos fazer no presente para o futuro”, afirmou o deputado socialista Tiago Lopes, numa conferência de imprensa sobre a situação financeira do setor da Saúde, em Angra do Heroísmo.

Questionado sobre o relatório da auditoria do Tribunal de Contas ao grupo SATA, divulgado na quarta-feira, relativo ao período entre 2013 e 2019, em que o PS governava a região, Tiago Lopes disse que o mais importante era a situação atual da empresa.

“Infelizmente, parece cada vez mais que estamos a assistir a um passar culpas ou ao passado, nomeadamente às governações do PS na Região Autónoma dos Açores, ou ao Governo da República, em vez de efetivamente procurarmos focar a nossa atenção dentro daquilo que é o presente e o futuro da região”, apontou.

Para o deputado socialista, o importante é perceber se a privatização da Azores Airlines, que assegura as ligações para fora da região, “vai ao encontro dos interesses dos açorianos”, no que diz respeito “à manutenção de rotas de ligação com o continente e com a diáspora” e à “manutenção de postos de trabalho”.

“Em campanha eleitoral, os partidos da coligação disseram que iriam envidar todos os esforços para que a companhia aérea se mantivesse na esfera pública, agora admitem a privatização até 85% e elaboraram um caderno de encargos que não foi feito em articulação com os diversos parceiros, não teve em consideração aquilo que são os interesses da região, mais parece servir os interesses de quem possa vir a beneficiar com a privatização da SATA, e coloca em causa cerca de 600 trabalhadores”, apontou.

Segundo o relatório da auditoria do TdC, divulgado na quarta-feira, entre 2013 e 2019, o grupo SATA “acumulou prejuízos na ordem dos 260 milhões de euros, dos quais 233,4 milhões de euros (90%) foram gerados pela Sata Internacional – Azores Airlines”.

O Tribunal de Contas considera que, para os resultados da Azores Airlines, contribuíram “as opções de gestão relacionadas com o processo de renovação da frota de longo curso e a sua posterior reversão, bem como a exploração de rotas sujeitas a obrigações de serviço público sem a correspondente compensação financeira”.

Quanto à SATA Air Açores, a auditoria diz que “a persistência de atrasos no pagamento das indemnizações compensatórias devidas pela Região Autónoma dos Açores enquanto concedente no contrato de concessão de serviços aéreos interilhas – que no final de 2019 totalizavam 51,7 milhões de euros – contribuiu para agravar o forte desequilíbrio financeiro que a empresa já evidenciava em 2013 e que se acentuou nos anos seguintes”.

O deputado e líder do Chega/Açores, José Pacheco, defendeu hoje a criação de uma comissão parlamentar de inquérito às contas do grupo SATA, responsabilizando judicialmente o PS e os seus governos pelas dívidas geradas.

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