A Eletricidade dos Açores (EDA) teve um resultado líquido de 12,1 milhões de euros em 2022, 3,2% inferior ao do ano anterior, e decidiu distribuir 50,04% dos dividendos pelos acionistas, foi hoje anunciado.

“O grupo EDA obteve, em 2022, um resultado líquido de 12,1 milhões de euros, 3,2% inferior ao do ano anterior, apesar do contexto de aumento generalizado do nível de preços e agravamento das condições de financiamento, devido ao aumento da taxa de juro diretora do Banco Central Europeu”, informa a empresa em comunicado de imprensa.

Em 2021, a empresa, detida em 50,1% pela Região Autónoma dos Açores, tinha apresentado um resultado líquido de 12,6 milhões de euros.

Segundo a empresa, “as subsidiárias EDA Renováveis, SEGMA e GLOBALEDA contribuíram em 77% para o resultado obtido” em 2022.

“O resultado operacional totalizou cerca de 19,3 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 2,9% face aos 19,9 milhões de euros registados em 2021. O EBITDA, resultado antes de impostos, amortizações e juros, foi de 52 milhões de euros, mais 0,1% em termos homólogos”, acrescenta a EDA.

A empresa adianta ainda que em 2022 “o volume de negócios atingiu o valor mais elevado de sempre, com 263,5 milhões de euros, ou seja, mais 16,7% face ao ano anterior, com as vendas de energia elétrica a registarem um aumento de 9,1%”.

A compensação tarifária, em 2022, “foi cerca de 114,8 milhões de euros, com um acréscimo de 30,9 milhões de euros face ao ano anterior, devido ao aumento do custo com os combustíveis e com as licenças de emissão de dióxido de carbono”, refere.

Em 2022, a EDA concretizou “o segundo maior volume de investimento da sua história, no total de 46,1 milhões de euros, 51,4 milhões de euros no total do grupo”.

Devido “ao elevado nível de investimento, associado ao desvio tarifário suportado no período, os financiamentos obtidos” pelo grupo “aumentaram 41 milhões de euros relativamente a 2021, situando-se em 342,7 milhões de euros”, lê-se ainda no comunicado de imprensa.

Os capitais próprios do grupo “ascendiam aos 209 milhões de euros no final de 2022, com um acréscimo de cerca de 3 milhões de euros, ou seja, com uma variação positiva de 1,5%”.

Por outro lado, a empresa assinala que em 2022 se observou “um crescimento de 1,8% na emissão de energia elétrica, atingindo os 823,1 GWh, confirmando-se o retorno à tendência de crescimento iniciada em 2021 após os decréscimos registados em 2019 e 2020 de 0,2% e de 3,1%, respetivamente”.

Quanto à energia de origem renovável injetada na rede, excluindo a proveniente da valorização de resíduos sólidos urbanos, “totalizou 279 GWh, cerca de 33,9% da energia, valor que compara com 34% em 2021”.

A avaria na Central Geotérmica do Pico Vermelho, na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, que ainda esteve fora de serviço no mês de janeiro de 2022, e a redução da produção eólica, por diminuição do vento, “não permitiu aumentar a integração de energia renovável em 2022”, explica a empresa.

Segundo o grupo, na assembleia geral de acionistas “foi aprovada a distribuição de dividendos no total de 6.104.000,00 euros, correspondentes a 50,04% dos resultados apurados distribuíveis”.