A ilha do Corvo vai ter 60% de energia renovável em 2026, na sequência de investimentos em curso que estão a ser executados pela Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA), disse hoje à Lusa fonte do executivo.

Em declarações à Lusa, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, referiu que, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, o Governo dos Açores “atribuiu verbas à EDA para promover um conjunto de investimentos em todas as ilhas, não só no Corvo, com vista à introdução de energias renováveis, particularmente através da energia fotovoltaica, eólica e a compra de baterias que estão orientadas para a estabilização da rede”.

No caso específico da ilha do Corvo, o plano de investimentos da EDA prevê a ampliação do parque fotovoltaico Pão de Açucar, que entrou em funcionamento em 2021, através da instalação de 75 KW adicionais, e que hoje foi visitado pelo Governo dos Açores no âmbito da sua visita oficial à ilha do Corvo.

O investimento em renováveis na mais pequena parcela dos Açores é de 11 milhões de euros.

Berta Cabral referiu que se estima, até 2030, atingir 70% de energias renováveis em 2030, de acordo com a Estratégia Açoriana para a Energia 2030, sendo que a EDA prevê, até 2026, 61% de energia verde.

A titular da pasta das Infraestruturas ressalvou que os Açores “são nove sistemas autónomos e elétricos independentes, o que traz limitações na entrada de energias renováveis na rede porque tem que se ter sempre algum ‘back up’ térmico para ter a certeza que não há qualquer tipo de interrupções” no fornecimento de energia.

A EDA, empresa de capitais maioritariamente públicos, vai investir até 2026, cerca de 181 milhões de euros em energias renováveis, avançando com um sistema de reserva rápida do tipo BESS (baterias).

De acordo com o Plano Estratégico Plurianual e Orçamento para 2022, estima-se que, a partir de 2026, seja reduzida a emissão de cerca de 304 mil toneladas por ano de gases com efeito de estufa face aos investimentos em energia verde.

Segundo a elétrica açoriana, está previsto “um extenso plano de novos empreendimentos em aproveitamentos de energias renováveis e sistemas de reserva rápida do tipo BESS (baterias), de que resulta um investimento total de cerca de 181 milhões de euros e que, no atual estado de desenvolvimento das tecnologias conhecidas, maximiza a penetração de produção renovável nos pequenos e isolados sistemas elétricos dos Açores”.

O grupo prevê que este investimento “possa potenciar o aumento, em 2026, da parcela correspondente à emissão com base em energias renováveis, de cerca de 34%, estimado em 2021, para próximo dos 56%, no total dos Açores”.

O executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM decidiu, este ano, começar pela mais pequena parcela da região as suas visitas estatutárias.

De acordo com o estatuto político e administrativo dos Açores, o Governo Regional tem de visitar pelo menos uma vez por ano todas as ilhas do arquipélago que não possuem secretarias regionais, como é o caso das Flores, Corvo, Graciosa, São Jorge, Pico e Santa Maria.

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