A Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas lançou, na passada semana, o concurso público para a celebração de contrato de “aquisição de serviços para a elaboração de estudo multidisciplinar para o conhecimento da alga invasora ‘Rugulopteryx okamurae’ na Região Autónoma dos Açores”.
Segundo o Secretário do Ambiente e Alterações Climáticas, Alonso Miguel, “a presente iniciativa vem dar cumprimento ao disposto na Resolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores n.º 33/2022/A de 10 de outubro de 2022, que prevê a implementação urgente de medidas para combater o impacto da alga invasora ‘Rugulopteryx okamurae’ nos ecossistemas marinhos açorianos”.
Alonso Miguel salientou que na Região Autónoma dos Açores a alga foi detetada, pela primeira vez, no início de 2019, na costa sul da ilha de São Miguel, tendo a sua identificação sido confirmada por dados moleculares e morfológicos. Contudo, o governante considera que “são necessários estudos aprofundados que permitam conhecer extensivamente a sua ecologia, impactes e, consequentemente, potenciais abordagens mitigadoras que permitam lidar com esta problemática que se faz sentir a nível regional”.
O responsável pela pasta do Ambiente na Região afirmou que “são conhecidos os impactes da ‘Rugulopteryx okamurae’ noutras regiões onde esta espécie se tornou invasora, nomeadamente na biodiversidade marinha e nas pescas, com decréscimo nas capturas e operacionalidade das artes, no turismo, com a degradação da qualidade de locais de mergulho e da qualidade ambiental”.
Alonso Miguel acrescentou, ainda, que “foi por esse motivo que foi proposta a elaboração deste estudo, no sentido de se conhecer com maior detalhe o impacte desta alga na Região, de modo a que possam ser tomadas as melhores decisões sobre este problema”.
O Secretário Regional destacou que “este concurso, que foi lançado sob a alçada da Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, visa contratar a aquisição de serviços para produção de conhecimento científico e ferramentas que permitam conhecer o ciclo de vida desta macroalga, a sua ecologia e soluções eficazes a aplicar no sentido de mitigar a sua expansão populacional, assim como o apuramento de possíveis utilidades que lhe possam ser dadas, tendo em vista a sua valorização económica sob a lógica de circularidade”.
O projeto em apreço tem um prazo de execução de 15 meses e representa um investimentos de 200 mil euros, financiado pelo Fundo Ambiental, que corresponde a um instrumento com a finalidade de apoiar políticas ambientais para a prossecução dos objetivos do desenvolvimento sustentável, contribuindo para o cumprimento dos objetivos e compromissos nacionais e internacionais, concretamente, os relativos às alterações climáticas, aos recursos hídricos aos resíduos e à conservação da natureza e biodiversidade.
“Os resultados deste estudo serão fundamentais para preparar a Região para lidar com esta nova realidade, de ocorrência massiva desta alga, que já foi identificada em várias ilhas da Região e que muito preocupa o Governo Regional, atendendo ao seu potencial para provocar impactos significativos em termos ambientais e ecológicos, de saúde pública, bem como do ponto de vista económico, nomeadamente ao nível do turismo”, destacou.
Alonso Miguel concluiu referindo que “esta é uma das várias iniciativas desencadeadas pelo Governo Regional neste contexto, relembrando a recente aquisição de equipamentos de suporte à limpeza do areal da praia de Porto Pim, no Faial, cuja gestão compete à Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas”.