O deputado do Chega/Açores, José Pacheco, defendeu hoje que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) deve “criar soluções” para resolver o problema da erosão da orla costeira das Calhetas, no município de Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

“Penso que se devem criar soluções, não para calar a boca ao povo, mas para resolver os problemas. Isto de calar ou [de] agradar o povo era no tempo do socialismo. Este Governo que se diz de direita, e que às vezes eu tenho muita dificuldade em acreditar que é, tem que fazer diferente, mas tem que fazer já. Não vá esperar, nem vá estar aqui a marcar passo e a fazer mais estudos”, afirmou José Pacheco.

O deputado do Chega/Açores falava hoje aos jornalistas na freguesia de Calheta, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, onde visitou a orla costeira que tem vindo a sofrer erosão e várias derrocadas.

No final da visita, José Pacheco referiu que as situações de derrocada estão visíveis e, “curiosamente, até identificados pelos partidos deles [do Governo Regional], que muito alarido fizeram quando estavam na oposição”.

“Agora, está na altura de fazerem qualquer coisa. E o dinheiro não pode servir apenas para aquilo que é supérfluo. O dinheiro tem que servir para as pessoas, para defender o património das pessoas e o bem-estar das pessoas”, sustentou.

José Pacheco apontou que a intervenção no local é uma obra que “não está parada há meses”, mas “há dezenas de anos”.

“E tanto é verdade que o mar já foi comendo e já foi entrando [na orla costeira] e já foi destruindo as habitações. Isto é o que nós chamamos o desprezo que se tem pelas dificuldades das populações, [a intervenção] há de fazer-se um dia. E o há de fazer-se um dia dá nesta grande asneira que aqui temos”, disse.

O responsável explicou ainda que a situação levou a que moradores tivessem sido realojados e admitiu que o problema “não vai parar”.

O Estado, defendeu, “tem a obrigação e a competência de evitar este tipo de situação”, que aconteceu nas Calhetas e em outros locais da costa açoriana.

“Não vou exigir já deste Governo Regional que se resolva no imediato, porque é um processo bastante moroso. No entanto, o concurso público já foi lançado, estamos a aguardar. Agora, não pode ficar em mais estudos, em mais concursos, em mais esperas. Temos de travar esta e outras situações”, alertou o deputado do Chega/Açores.

Nas declarações aos jornalistas, José Pacheco também referiu que são necessários “Governos de ação”, alegando que conhece outros sítios com situações que hoje podem não ser graves mas, mais tarde, “podem ser urgentes de resolver” e o Governo Regional vai dizer que “não há dinheiro”.

“Se há dinheiro para pagar a quem não trabalha, tem que haver dinheiro para defender as pessoas”, concluiu.

O Governo dos Açores lançou em abril o concurso público para a consolidação da proteção da orla costeira das Calhetas, Ribeira Grande, num investimento superior a 2,7 milhões de euros para estabilizar uma falésia com habitações próximas.

Na altura, numa nota de imprensa divulgada no ‘site’ oficial, o executivo regional indicou que o “concurso foi lançado em tempo recorde por se tratar de uma zona habitacional sujeita a constantes derrocadas”.

Desde o início do ano que a Secretaria Regional, através do Laboratório Regional de Engenharia Civil e da Direção Regional das Obras Públicas, tem realizado monitorizações semanais e várias intervenções nas ruas afetadas pelas derrocadas, era ainda referido na nota de imprensa.

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