O PS reiterou hoje que os despedimentos na Cooperativa Praia Cultural são uma “opção política” e não uma exigência do Fundo de Apoio Municipal (FAM), criticando a atuação da presidente da Câmara da Praia da Vitória, nos Açores.

Em comunicado, os socialistas defendem que a resposta do FAM a um requerimento dos deputados do BE na Assembleia da República “confirma o que sempre foi afirmado pelos vereadores do PS” na Câmara da Praia da Vitória.

 “Os despedimentos que a presidente da câmara anunciou para a Cooperativa Praia Cultural são uma opção política da presidente da Câmara e não qualquer imposição externa”, atira o partido.

Em 22 junho, o BE/Açores defendeu que a situação financeira da autarquia não cumpre requisitos para aceder ao FAM e pediu a suspensão do processo de despedimentos na cooperativa, na sequência de um requerimento solicitado pelo partido.

Hoje, na nota de imprensa, o vereador do PS naquele município da ilha Terceira Berto Messias acusou a presidente da autarquia, a social-democrata Vânia Ferreira, de “prejudicar a imagem” do concelho ao “forçar a ideia de que o FAM fez exigências”.

“A resposta do Fundo Municipal comprova o que sempre afirmámos. Não é necessário despedir pessoas, a prioridade deve ser reestruturar o universo municipal e definir um plano de ação de médio prazo, para mais desenvolvimento económico e social do concelho”, declarou Berto Messias, citado no comunicado.

O socialista criticou ainda a presidente do município por apresentar uma “agenda política redutora, que destrói tudo o que de bom foi feito no passado” para culpabilizar o PS pelos despedimentos naquela cooperativa.

O partido alerta que a Praia da Vitória está a “perder sucessivas oportunidades de financiamento” devido à “falta de ação e de visão” do executivo.

“A câmara não aproveita o Plano de Recuperação e Resiliência, não sabe o que fazer no Programa Açores 2030, arrisca-se a perder os apoios do Fundo Ambiental e não cria uma equipa de captação de fundos externos que aproveite todos os fundos disponíveis”, condena o PS.

Em 23 de junho, na sequência do requerimento do BE, a presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória disse que deverá propor, em breve, um plano de apoio ao FAM, alegando que o município já preenche o rácio necessário.

Quanto à redução do número de funcionários da cooperativa, criticado pelo BE, Vânia Ferreira assumiu que a decisão é do município, mas ressalvou que “houve um reconhecimento” do FAM de que um dos maiores encargos era “a massa salarial”.

“Eu nunca disse em momento algum que o Fundo de Apoio Municipal nos obrigava a fazer qualquer tipo de despedimento, nem tão pouco também disse que já estaríamos com o processo a decorrer junto do Fundo de Apoio Municipal”, vincou a autarca.

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