O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) quer uma atuação na prevenção primária e junto da população de risco para combater as Novas Substâncias Psicoativas (NSP) e defendeu hoje a criação de um observatório destinado a estudar a problemática.

“Temos de atuar, pelo menos, a dois níveis. Na prevenção primária, com medidas que possam ser fraturantes e quebrar ciclos que já estão instalados. E também temos de atuar naquilo que são os problemas correntes dos consumidores”, declarou a secretária regional da Saúde e Desporto.

Mónica Seidi falava aos jornalistas na Unidade de Saúde de São Miguel, em Ponta Delgada, após a segunda reunião da ‘task-force’ para a luta contra as NSP, também conhecidas por drogas sintéticas.

“Uma ideia que sai daqui, e que me parece bastante pertinente, é a necessidade de atuarmos ao nível da população que está em risco, mas que ainda não está numa fase tão decadente. Queremos repescá-los para uma sociedade saudável e trabalhar na reabilitação”, afirmou.

Questionada se concorda com a proposta dos deputados do PS eleitos pelas Regiões Autónomas à Assembleia da República, que propuseram ao Governo da República a realização de um estudo para compreender o fenómeno, Mónica Seidi considerou “importante caracterizar a população” de consumidores.

“O que acho importante é a necessidade de fazer, não só um estudo, mas vários estudos. É relevante haver uma entidade, como já foi proposta em tempos, um observatório, tal como acontece a nível europeu, que faça uma análise de forma dinâmica e contínua”, defendeu.

A governante considerou ser “prematuro e precipitado” apresentar medidas “concretas” nesta fase, mas reconheceu que o que está “implementado não tem funcionado”.

“Sei que está toda a gente preocupada e inquieta para saber medidas, mas a pressa é a inimiga da perfeição. Atendendo à dimensão do problema, nesta fase inicial, estamos mais preocupados e focados em ouvir todos os parceiros”, assinalou.

O número de consumidores de NSP na região não está contabilizado, mas, em março, estavam 937 utentes em programas de substituição opiácea e “muitos deles paralelamente consomem drogas sintéticas”, disse à agência Lusa a secretária regional da Saúde, em 18 de junho.

A Polícia Judiciária apreendeu nos Açores, nos primeiros seis meses do ano, 78 quilos de droga, na maioria haxixe, mas também cocaína, heroína e substâncias sintéticas, em quantidade equivalente a 90% do total de 2022, adiantou o coordenador regional à Lusa.

PUB