Os Açores vão estar em destaque na 3.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC3), que começa na segunda-feira, em Nice, França, sendo “um caso de estudo internacional” e exemplo na proteção dos oceanos, foi hoje divulgado.
Durante a conferência, que decorre até 13 de junho, os Açores marcarão presença em vários eventos, com destaque para os esforços de implementação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA), a maior do Atlântico Norte, com cerca de metade da sua área totalmente protegida, segundo uma nota divulgada pela Fundação Oceano Azul e Governo açoriano.
Os Açores criaram, no final de 2024, a maior Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Atlântico Norte.
Esta decisão estabeleceu como Áreas Marinhas Protegidas 30% do Mar dos Açores, abrangendo 287 mil quilómetros quadrados. Metade desta área será totalmente protegida e a outra metade terá nível de proteção alta.
“Esta decisão significa um marco na conservação marinha a nível global e estabelece um precedente poderoso para a concretização do objetivo de proteger 30% do oceano até 2030”, é sublinhado em comunicado.
O programa Blue Azores visa contribuir para a proteção, promoção e valorização do capital natural marinho do arquipélago.
O evento, que arranca na segunda-feira, irá “celebrar esta conquista” e lançará “as bases para a sua consolidação” e “efetiva implementação” e “servirá de impulso” para outras regiões.
Na conferência, o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, reafirmará o compromisso político e institucional da região, com a implementação efetiva da RAMPA”, acrescenta.
Em 12 de junho, José Manuel Bolieiro integrará o painel do “Leading be doing – Three years of progress and meaningful action towards 30×30”, na Blue Zone da conferência, onde apresentará os Açores como “referência internacional em conservação marinha”.
No mesmo dia, ao final da tarde, terá lugar o evento “Blue Azores: Driving momentum for 30×30”, a bordo do navio Santa Maria Manuela, promovido pelo Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), a Fundação Oceano Azul e o Instituto Waitt.
A iniciativa reunirá chefes de Estado e representantes nacionais para “celebrar os notáveis progressos da região na proteção dos oceanos e incentivar outros países a seguirem o seu exemplo”, lê-se no comunicado.
Cinco organizações — Save Azores Waves, Vidaçor, AESA – Associação Empresarial para a Sustentabilidade dos Açores, Gê-Questa e a Associação Escravos da Cadeinha — participarão também em painéis internacionais, “reforçando o papel das comunidades locais na conservação marinha e partilhando a experiência açoriana”.
Adicionalmente à participação destas organizações, uma professora e uma aluna da ilha de Santa Maria irão juntar-se aos outros participantes da iniciativa “mini 30×30” para entregar, a 12 de junho, uma carta aberta ao enviado especial da ONU para o oceano, Peter Thomson, onde expressam as suas prioridades para a conservação marinha.
“A UNOC3 decorre num “momento crítico” para a implementação dos compromissos globais assumidos em matéria de proteção marinha a cinco anos da meta de 2030″, é sublinhado ainda.