O bispo de Angra, Armando Esteves Domingues, considerou hoje que o Papa Francisco dedicou a sua vida à construção de “uma Igreja mais próxima dos pobres, dos marginalizados e dos que sofrem”.

Para Armando Esteves Domingues, “partiu para o Pai o Pastor incansável, homem de fé simples e coração aberto que dedicou a sua vida à construção de uma Igreja mais próxima dos pobres, dos marginalizados e dos que sofrem”.

“As periferias existenciais estiveram sempre no centro da sua atenção e de todos os documentos do seu pontificado desde a encíclica Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho) até à última carta Dilexit nos (Amou-nos), que nos convida a recuperar o que é mais importante e necessário, num mundo que sobrevive entre guerras, desequilíbrios socioeconómicos, consumismo e o uso anti-humano da tecnologia, que é o coração”, escreveu o bispo de Angra numa nota de pesar pela morte do Papa Francisco, hoje no Vaticano, aos 88 anos.

O prelado sublinhou, ainda, que “a sua voz e os seus gestos foram, até ao fim, um clamor pela paz, pela justiça social e pelo cuidado com a criação”.

“Por outro lado, fica-nos a simplicidade que o Papa Francisco nos ensinou todos os dias e que é a simplicidade de uma Igreja sinodal que quer escutar, ouvir mais do que dizer ou impor”, acrescentou.

Segundo Armando Esteves Domingues, o diálogo inter-religioso e o diálogo ecuménico “estiveram sempre no horizonte do Papa, nomeadamente na encíclica Fratelli Tutti (Todos Irmãos) ou nos sucessivos encontros que teve com líderes de outras religiões”.

O bispo de Angra convida “todos os fiéis dos Açores a oferecerem orações pela sua alma e anuncia que a diocese celebrará, às 19:00 de hoje (mais uma hora em Lisboa), na Sé, uma missa de sufrágio.

O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

O Papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

 

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