O eurodeputado açoriano André Franqueira Rodrigues destacou esta segunda-feira, 8 de abril, a importância da pesca recreativa para a economia e o ambiente, durante o Fórum sobre Pesca Recreativa e Ambiente Aquático realizado no Parlamento Europeu, em Bruxelas. O evento reuniu representantes de toda a Europa, incluindo eurodeputados, membros da Comissão Europeia e organizações como a European Anglers Alliance (EAA) e a European Fishing Tackle Trade Association (EFTTA).

Dirigindo-se a decisores políticos, especialistas e representantes do setor, André Franqueira Rodrigues sublinhou que a pesca recreativa envolve cerca de 25 milhões de praticantes na União Europeia, gerando um impacto económico superior a 10 mil milhões de euros por ano. Esta atividade garante mais de 100 mil postos de trabalho diretos e indiretos em áreas como o comércio, turismo, transporte, alojamento e restauração.

“O setor é frequentemente subestimado, mas representa práticas seletivas e sustentáveis que contribuem para a conservação da biodiversidade e para o apoio às economias costeiras e rurais em toda a Europa,” afirmou o eurodeputado. André Franqueira Rodrigues reiterou que esta atividade não deve ser ignorada nas discussões sobre políticas ambientais e marítimas.

Enquanto coordenador do Grupo dos Socialistas & Democratas (S&D) na Comissão das Pescas (PECH), Franqueira Rodrigues defendeu que a revisão em curso da Política Comum das Pescas (PCP) e a criação do novo Pacto Europeu para os Oceanos representam oportunidades únicas para reforçar o papel da pesca recreativa no panorama europeu. “Queremos um pacto holístico, que vá dos rios e lagos ao mar aberto, reforçando a liderança da União Europeia nas questões marítimas,” frisou.

O eurodeputado apelou ainda a uma maior inclusão dos representantes da pesca recreativa nos processos de consulta e decisão da UE, argumentando que o conhecimento técnico e a experiência acumulada pelo setor são fundamentais para a construção de políticas mais eficazes e ajustadas à realidade de cada região.

Para André Franqueira Rodrigues, a participação de atores locais e regionais, desde pequenas vilas costeiras até ilhas como os Açores, é essencial para garantir que as políticas europeias respondem às necessidades concretas das populações e à proteção dos ecossistemas aquáticos. “A Europa só será eficaz se escutar quem vive e conhece os seus mares e rios,” defendeu.

O eurodeputado concluiu a sua intervenção com um apelo à colaboração entre decisores políticos, cientistas, pescadores e ambientalistas. “Só com uma abordagem conjunta e inclusiva poderemos garantir um futuro sustentável para a pesca e para os nossos oceanos,” afirmou.

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