A falta de meios no Serviço Público de Saúde, resultado do subfinanciamento, não é de agora. Verdade seja dita, este governo regional apenas lhe deu continuidade… Há anos que, quem pode pagar, é forçado a recorrer aos privados. Quem não pode pagar, fica em listas de espera – ou melhor, em listas de desespero. Entretanto, a sua saúde degrada-se e situações que se resolveriam com relativa facilidade tornam-se num enorme problema, com maior sofrimento e maior exigência clínica. Algo perfeitamente evitável, que multiplica os custos humanos e financeiros, pelo agravamento das doenças.

Em todas as ilhas faltam recursos humanos e materiais. Os Médicos a quem foram prometidos incentivos à fixação estão há mais de um ano sem receber o prometido. Pior que isso, perante a falta de pessoal, muitos estão a fazer o trabalho de dois… O resultado? Ponderam abandonar a Região! A contratação de tarefeiros não resolve este problema, sai muito mais cara e não permite o acompanhamento adequado dos Pacientes.

A solução encontrada para o HDES, o hospital modular, é mais adequada para situações de emergência, como a da COVID, do que para respostas de longo termo. Aliás, a sua entrada em funcionamento é uma boa metáfora deste governo. Uma solução a curto prazo (que as condições climatéricas dos Açores tratarão de encurtar), mais dispendiosa e sem condições adequadas para utentes e profissionais. É verdade que é impossível ignorar os efeitos do incêndio no HDES; no entanto, as opções do governo, longe de minimizarem os problemas que surgiram em maio passado, apenas os agravaram. Pior que isso, adiam, sem fim à vista, a sua resolução.

Mas o ponto alto da falta de estratégia do governo para a Saúde é visível nos anúncios erráticos. As verbas do PRR para os barcos elétricos afinal vão para equipamentos para o SRS. Será que podemos deduzir que, se o concurso para os barcos elétricos tivesse sido concluído, já não fariam falta os equipamentos para a Saúde? A realidade vai desmentindo os méritos anunciados pelo governo regional, na Saúde e em muitas outras áreas. Nota-se mais a cada dia que passa: a política do governo regional está doente.

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