Nélson Tavares, Faroleiro de 1.ª Classe

“Se um farol salvar uma vida, a sua existência já terá valido a pena.” Estas palavras refletem o compromisso de Nélson Tavares, Faroleiro de 1.ª Classe, cuja missão tem sido garantir a segurança dos navegantes nos mares dos Açores. Natural das Pontas Negras, no concelho das Lajes do Pico, dedica-se há mais de duas décadas a esta nobre profissão, inspirada pelo exemplo de um tio que seguiu o mesmo caminho.

A jornada profissional de Nélson começou em 1999, no Farol da Ferraria, na ilha de São Miguel, onde aprendeu as exigências da função e adquiriu um profundo respeito pela importância dos faróis. Em 2002, regressou ao Pico para integrar a equipa do Farol da Ponta da Ilha, consolidando a experiência que o prepararia para desafios ainda maiores.

Em 2009, o destino levou-o à ilha Terceira, onde serviu no Farol das Contendas, demonstrando um rigor e dedicação exemplares. Desde 2013, é responsável pelo Farol da Ponta da Barca, na ilha Graciosa, encarando a manutenção do equipamento como um compromisso diário. “Ser faroleiro não é apenas uma profissão, mas um verdadeiro modo de vida”, afirma, destacando a responsabilidade de garantir que a luz nunca falhe.

Ao longo da carreira, acumulou momentos marcantes, entre os quais a primeira grande tempestade que enfrentou. O episódio, ocorrido no farol que agora celebra 95 anos, reforçou o seu respeito pela força do mar. “Embora não tenha sentido medo, ganhei um enorme respeito pela imprevisibilidade do oceano”, confessa.

Hoje, aos 49 anos, Nélson Tavares continua a ver na sua profissão um motivo de orgulho, destacando a segurança que proporciona à navegação e a oportunidade de conhecer novas pessoas e culturas. Acredita que os faróis permanecerão essenciais e sonha que um dos seus filhos possa seguir os seus passos, dando continuidade a esta missão indispensável.

 

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