No último fim-de-semana, a Terceira voltou a ser a capital mundial da Tauromaquia, com o IV Fórum Mundial da Cultura Taurina a acolher gente de oito países para debater e defender a Festa Brava.
Mostrou-se que está na hora dos aficionados locais assumirem a sua missão de divulgar – e, claro, defender – os valores da Tauromaquia.
Aliás, a Terceira fica a meio caminho das rotas entre a Europa e o continente americano. Ou seja,situa-se na rota do ser taurino para ambas as partes do mundo.
Isso entronca naturalmente nas várias conclusões do IV Fórum Mundial da Cultura Taurina, designadamente a capacidade de integração que a Tauromaquia deve ter no renovado contexto social do século XXI, melhorando as suas estruturas internas, comunicando melhor os seus valores, de mente mais aberta e adaptada às mudanças.
Falamos de um espetáculo onde só vai quem quer, de grande valor patrimonial, histórico, artístico e económico, com expressão popular, e que fomenta as boas práticas ambientais na criação do toiro bravo, a espécie que lhe dá razão e à que os aficionados se rendem.
É a potência genética e ecológica do toiro bravo a força expressiva e emocional do próprio espetáculo, a par de toda a partilha de conhecimentos e opiniões, que tem lógica em espaços como o IV Fórum Mundial da Cultura Taurina.
Das conclusões do encontro se destacam os constantes ataques e ameaças que a Tauromaquia sofre. Mas a esperança é a última a morrer.E nesta terra dos bravos, não vislumbramos tal cenário.Antes pelo contrário. Há especificidades únicas que fazem valer e valorizar o setor.
Por aí, passou igualmente a defesa da legalização nos Açores da sorte de varas, um assunto que volta e meia vem à baila, mesmo se efetivar novas démarches incluirá um processo legislativo e de discussão, que devia acontecer precisamente entre os aficionados, e não na praça pública.
Trata-se de uma prática essencial à verdade do espetáculo, pelo que devem ser os seus atores a discuti-la, para depois apresentar trabalho e opções.
A simples menção ao assunto motivou logo um imenso ruído comunicacional, que se lamenta, pois as partes não interessadas no assunto também não se informam. Pelo que, e insiste-se, cabe aos taurinos saber defender a sua Festa.
E isso passa pela tal discussão, que eventos como o do passado fim-de-semana permitem se faça em casa própria e entre especialistas.
Pelo que se deseja, a defesa da Festa Brava que entre nós tem contornos muito próprios, mas que se deve também abrir ao mundo. Como a Terceira tão bem soube fazer ao longo dos séculos, e há de continuar.