Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Há sempre uma fatura do passado, porque nada é ou foi criado do nada, tudo é consequência do que houve. Isto é válido para os indivíduos, para as organizações, para os povos. A história pesa, no bom e no mau sentido, dependendo do que prevalece e do destino que queremos trilhar.

Vem isto a propósito da narrativa ensaiada pelos socialistas locais que, sabemos, têm hoje proclamações vistosas, apesar de um passado sombrio, também em matéria finanças públicas.

E ironicamente, vemos o benjamim da família César atirar lixívia sobre o seu passado e insinuar-se com uma pretensa distância mística da governação de Cordeiro, precisamente quando foi um dos principais obreiros do descalabro socialista da última década. A piada faz-se, portanto, sozinha, e neste teatro de ilusões, ainda estamos longe da amnésia coletiva.

Os Açores pagam por ano cerca de 70 milhões de euros de juros da dívida. A grandeza do valor impressiona. É uma fatura pesada que tem origem lá atrás no tempo, na Saudaçor, na SATA, nas empresas públicas, nos expedientes contabilísticos para desorçamentar a dívida pública e Sérgio Ávila, qual mago das finanças, ficar bem na fotografia. Pois é, a seita aplaudia na ilusão de que o esvaziamento da tesouraria pública havia de empobrecer o espírito a todos. Felizmente assim não foi.

Mas hoje o homem do fraque exige-nos cobrança e não há volta a dar. Há estradas, impropriamente chamadas de SCUT’s, para pagar por mais 12 anos. No final a fatura rondará 1.100 milhões de euros. À vista disto, mais seis milhões, à conta do famoso “cachalote”, são uma migalha.

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