As eleições dos Estados Unidos da América têm sido o principal tema da ordem do dia no que diz respeito à agenda mediática internacional. Este facto não surpreenderá ninguém, uma vez que estamos, naturalmente, a falar da maior potência no panorama internacional.

Esta semana procuro estabelecer considerações acerca daquilo que nos ofereceram os dois candidatos a presidente dos Estados Unidos da América, no tão aguardado frente-a-frente entre ambos e que foi alvo de toda a atenção mediática mundial.

Todos temos consciência de tudo o que já foi dito no pós-debate. Kamala Harris saiu vencedora. Até aqui, estamos todos mais ou menos em concordância. Mas, afinal, que implicações terá isso naquilo que ao resultado eleitoral diz respeito?

Na minha perspetiva, quer os eleitores democratas, quer os republicanos, encontram-se, de algum modo, cristalizados, naquilo que diz respeito à volatilidade do seu sentido de voto. Ora, isto quer dizer que, na minha análise, não haverá grandes oscilações naquilo que são as perspetivas eleitorais de ambos os candidatos, o que faz antever um grande equilíbrio no dia das eleições.

De facto, parece-me que ambos os candidatos, Harris e Trump, procuraram, acima de qualquer outra coisa, falar para os seus eleitores, para que consigam garantir a consolidação dos dois blocos que por si só estão manifestamente polarizados.

Outro elemento importante que este debate nos ofereceu foi, precisamente, a questão da alteração de postura de ambos. Se dantes esperaríamos que Donald Trump adotasse uma postura mais ofensiva, quase fazendo bullying à sua oponente, por outro, seria expectável ver Harris com uma postura mais defensiva e tranquila, defendendo-se dos habituais ataques do Republicano.

Ora bem, isso não se verificou de todo. Aquilo que pudemos observar no confronto entre ambos foi uma candidata Democrata ao ataque, fazendo uso de diversos iscos para colocar o seu adversário, Donald Trump numa posição claramente desconfortável. O Republicano teve diversas oportunidades para atacar Harris, mas caiu sempre no erro de se defender da Democrata, desperdiçando assim vários momentos para se superiorizar em relação à sua opositora.

O debate não correu de feição a Trump, prova disso foi a recusa em voltar a marcar encontro para confrontar as suas ideias com as de Harris. No entanto, e como já referi, creio que isso não terá uma influência determinante naquilo que será o desfecho eleitoral. Ao longo do próximo mês veremos, certamente, temas como a imigração e a economia, no foco da agenda mediática internacional e de campanha. Veremos quem será mais forte na resposta aos desafios trazidos por estas questões.

PUB