O BE/Açores acusou hoje o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) de ter preparado o início do ano letivo “em cima do joelho” devido à falta de recursos humanos nas escolas, críticas que já foram rejeitadas pelo executivo açoriano.

“Os problemas que as escolas estão a enfrentar no início deste ano letivo mostram que o Governo Regional andou a dormir nos últimos meses e que preparou o início do ano letivo em cima do joelho”, afirmou o deputado bloquista António Lima, citado num comunicado divulgado pelo partido.

A falta de professores, de assistentes operacionais, de equipamentos informáticos e a incerteza sobre o acompanhamento de crianças com necessidades educativas foram algumas das críticas apontadas pelo também coordenador do BE/Açores, após uma visita à Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe.

“No passado mês de julho, o Bloco de Esquerda levou ao parlamento uma proposta para acabar com a precariedade nas escolas, garantindo a integração de todos os assistentes operacionais e bolseiros ocupacionais que são necessários nas escolas, mas os partidos da coligação rejeitaram a proposta”, lamenta o BE.

Segundo sublinha António Lima, apesar de a falta de professores atingir “a região de uma forma geral”, os efeitos são sentidos “com maior intensidade nas ilhas mais pequenas”.

Nesse sentido, o BE/Açores defende a necessidade de existirem incentivos para a fixação de professores.

Na quarta-feira, o presidente do PS/Açores, Francisco César, também tinha acusado o Governo Regional de “enorme impreparação” no arranque do ano letivo e “alguma imprudência” ao antecipar o início das aulas, devido à falta de professores e assistentes operacionais.

Em resposta a estas críticas, o Governo dos Açores, através da secretária regional da Educação, Cultura e Desporto, Sofia Ribeiro, destacou “os bons resultados obtidos nos exames e provas nacionais” e a redução da taxa de abandono precoce

Relativamente à falta de professores, a tutela explicou que, na primeira fase de colocações de docentes para o próximo ano letivo, “houve 88 vagas que ficaram por prover”, mas “há 460 disponibilidades de docentes devidamente profissionalizados que podem obter uma colocação nas fases subsequentes”.

“Destas, houve seis vagas para o Corvo e 22 para as Flores, que foram lançadas a novos concursos, aos quais se apresentaram, nesta fase que agora decorre, 92 candidatos”, adiantou também a tutela, ressalvando que “continua a acompanhar” esta situação, “para que as necessidades das escolas sejam providas pelos docentes profissionalizados que não obtiveram colocação na fase inicial”.

Quanto ao calendário escolar, a tutela lembra que as escolas têm a opção de iniciarem o ano letivo entre 09 e 11 de setembro, terminando as aulas entre 20 e 27 de junho, em função do nível de ensino.

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