A administração da SATA reconheceu que as ligações interilhas estão a viver uma “situação ímpar” devido à inoperacionalidade de várias aeronaves, o que provoca “constrangimentos graves”, prometendo normalizar a operação até dia 11 de junho.

“A situação crítica foi hoje. A nossa expectativa é que a partir de hoje e até dia 11 a situação irá melhorar. No dia 11 a situação estará normalizada em termos de número de aeronaves a voar”, afirmou José Roque, em conferência de imprensa, realizada em Ponta Delgada.

O administrador reconheceu “constrangimentos graves” nas ligações entre as ilhas açorianas, adiantando que a SATA Air Açores tem quatro das sete aeronaves inoperacionais, fazendo com que tenha disponíveis dois aviões Bombardier Dash Q400 (com capacidade para 80 passageiros) e um Bombardier Dash Q200 (37 passageiros).

Para “minimizar” a situação, a companhia recorreu ao avião A320 da Azores Airlines, tendo José Roque avançado que estão a ser “desenvolvidos todos os esforços” para que um dos aparelhos (o Q200) retome a operação na quarta-feira.

Uma das aeronaves Q400, que foi atingida por um raio, deverá “iniciar a operação no final da semana”. A administração prevê que os outros dois equipamentos Q400 regressem no “início da próxima semana” e em “meados de junho”.

“Para minimizar os inconvenientes aos passageiros e para poder prestar o seu serviço à região, a SATA Air Açores recorrerá, a partir do dia 07 de junho, já esta semana, ao fretamento de um Bombardier Q400 da Luxwing”, revelou.

O porta-voz do conselho de administração elogiou os trabalhadores do grupo SATA e realçou o “compromisso de minimizar os atrasos neste momento de crise”, adiantando que as aeronaves já estão a fazer mais voos.

“Estamos a viver um evento ímpar na história da SATA. Hoje chegámos a ter cinco aeronaves paradas. Isso não se deverá repetir”, reforçou.

Sobre o estado das aeronaves da SATA Air Açores, José Roque afirmou que a substituição da frota “está a decorrer de acordo com o plano estipulado”, não revelando o “nome do fabricante escolhido” para os novos aparelhos devido a “questões contratuais e de negociação”.

O responsável pela operação rejeitou que os constrangimentos tivessem sido provocados por deficiências no planeamento e disse estar “perfeitamente confortável” para tomar decisões, apesar de a SATA estar sem o conselho de administração completo.

 “Só tenho de agradecer a oportunidade. É uma honra. E dizer que não houve uma única palavra que me tivesse sido transmitida no sentido de não tomar decisões e ser apenas uma fase de transição pura e dura”, assinalou.

O administrador reconheceu que o fretamento de aeronaves e o recurso a empresas externas (ACMI) representam “custos adicionais” para o grupo SATA, mas não adiantou os valores.

“O nosso objetivo principal é a satisfação dos clientes e tentar que cheguem no dia e na hora do voo planeado. Não temos conseguido isso na totalidade. Temos conseguido no dia seguinte, mas essa é a principal preocupação. [Os ACMI] têm alguns custos adicionais? Têm. Mas também têm custos a menos”, vincou.

Na segunda-feira, a Comissão de Trabalhadores da SATA Air Açores alertou que a companhia aérea está à “deriva e num completo desnorte operacional”, acusando o Governo Regional de “negligência”.

Também na segunda-feira, o PS/Açores anunciou que vai chamar ao parlamento a secretária regional do Turismo e Mobilidade e o vogal executivo da SATA, alegando que o Governo “deve prestar contas” pelo “descalabro operacional provocado no grupo” de aviação.

A 09 de abril, quatro dias depois de ser conhecida a decisão final do júri do concurso público para a privatização da Azores Airlines, foi revelada a demissão da presidente da SATA, Teresa Gonçalves, e do administrador Dinis Modesto, tendo o Governo Regional prometido uma nova administração com a “brevidade possível”.

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