A secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, Berta Cabral, congratulou-se hoje com a suspensão da greve dos trabalhadores da Atlânticoline, referindo que fica a dever-se “ao diálogo e à concertação”.
De acordo com Berta Cabral, a desconvocação da greve iniciada em 07 de março “é o resultado da reunião de conciliação, mediada pela Direção de Serviços do Trabalho”, entre a empresa açoriana de transporte marítimo e o Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (Simamevip), “com a participação ativa da Direção Regional da Mobilidade”.
“Congratulo-me com o entendimento agora alcançado, que também tem em conta, de forma responsável, a realidade operacional da Atlânticoline”, afirmou, citada numa nota de imprensa do executivo do arquipélago.
Berta Cabral destacou a importância do regresso à normalidade das ligações da Atlânticoline “para a economia e a coesão territorial, a circulação de pessoas e bens, além do serviço aos turistas que procuram os Açores”.
De acordo com uma notícia divulgada hoje pela Antena 1/Açores, a desconvocação foi decidida por maioria num plenário de trabalhadores na terça-feira, depois de na última reunião de conciliação entre o sindicato e a administração da empresa “ter havido um princípio de entendimento”.
A paralisação, que decorria desde 07 de março, decretada pelo Simamevip, visava exigir aumentos salariais de 15% para os maquinistas de 1.ª classe, valor que a administração da empresa considerava financeiramente “incomportável”.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente sindical regional Clarimundo Batista referiu que o levantamento da greve “terá efetivamente efeitos durante o dia de hoje”.
O sindicalista afirmou que o resultado “foi de encontro” às pretensões dos trabalhadores, “mas não na totalidade, porque em negociações nunca há vitórias a 100%”.
“As partes, entre si, acham que é aceitável e ambas as partes reconhecem que assim é. Um tinha que ir ao encontro do outro, um cedeu numa coisa e outro noutra”, referiu, sem querer especificar o resultado das negociações.
A Lusa tentou obter uma reação do conselho de administração da Atlânticoline, sem sucesso.
A empresa transporta anualmente quase meio milhão de passageiros e cerca de 30 mil viaturas, sobretudo entre as denominadas ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), onde opera todo o ano, com recurso a quatro embarcações (dois navios e dois ferries).
De acordo com o sindicato, a empresa tem cerca de 200 trabalhadores, sendo que 54 estão ligados à parte marítima da operação.