Foto: ARCOA

O borrego criado na ilha de Santa Maria, nos Açores, que está em processo de classificação como produto DOP – Denominação de Origem Protegida, tem anualmente muita procura pela Páscoa, disse hoje a associação de criadores.

“Consome-se borrego [durante] todo o ano, mas a [época de consumo mais] forte é a Páscoa e no Natal. [Na] Páscoa e [no] Natal, haja borrego que ele vai todo embora”, referiu à agência Lusa o presidente da Associação Regional dos Criadores de Caprinos e Ovinos dos Açores (ARCOA), Aníbal Moura.

Segundo o dirigente da ARCOA, que tem sede na vila do Porto, na ilha de Santa Maria, o borrego é comercializado e consumido localmente e também na vizinha ilha de São Miguel.

Tradicionalmente, o borrego é assado no forno, mas “há quem faça uma alcatra de borrego” e um “picado tradicional”, disse.

Frisando que se tem “notado, de ano para ano, um aumento do consumo” do borrego de Santa Maria, Aníbal Moura especificou que há dois anos ocorreu uma redução da procura por aquela carne, “mas agora começa-se a consumir um pouco mais, porque o borrego é uma das carnes mais saudáveis”.

De acordo com o responsável, a carne “é muito procurada e o borrego de Santa Maria é diferente dos outros borregos” dado que “tem umas características muito boas” devido ao pastoreio, ao terreno e ao clima.

Segundo a associação, a carne do borrego da ilha de Santa Maria é proveniente de ovinos jovens com menos de um ano de idade e costuma estar disponível “em diferentes cortes, incluindo a mão, perna, costeleta e pescoço”.

“O seu peso varia entre os oito e os 18 quilos, consoante a raça e o método de produção. A pouca idade na altura do abate do animal reflete-se na magnífica tenrura da carne”, adiantou a fonte.

Aníbal Moura vaticina que na quadra da Páscoa sejam abatidos e comercializados “à volta dos 100 borregos”, sendo que a associação, que compra os animais aos seus associados, prevê vender entre 50 a 60 borregos. Os restantes serão colocados no mercado por intermédio de produtores e de talhantes da ilha de Santa Maria.

Anualmente, em média, na ilha mais oriental do arquipélago açoriano, são abatidos entre 600 a 700 borregos, adiantou.

O efetivo ovino da ilha de Santa Maria ronda atualmente as cinco mil ovelhas para produção de carne e 130 para produção de leite, que pertencem a 60 produtores.

A ARCO tem perto de 70 associados e também produz queijo fresco e queijo curado de vaca, queijo curado de ovelha, queijo mistura de vaca e ovelha e requeijão de ovelha.

O Governo Regional dos Açores iniciou a candidatura à classificação DOP do borrego típico de Santa Maria, admitindo o presidente da ARCO que a conclusão do processo “seja uma realidade em 2025”.

A classificação do borrego permitirá que o produtor tenha mais-valias e que o consumidor saiba que está a consumir um produto de qualidade, segundo o presidente da associação.

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