O presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, Sérgio Carvalho, declarou hoje que, se o futuro Governo dos Açores não atender às reivindicações destes profissionais, vão ser adotadas normas formas de luta.

“Este ano [os bombeiros] ainda não tiveram aumentos e ganham apenas mais um euro do que o salário mínimo regional”, afirmou o sindicalista à Lusa, junto ao Palácio de Sant’Ana, residência oficial do presidente do Governo dos Açores, no âmbito de uma marcha de protesto dos bombeiros da região.

Centenas de bombeiros representando corporações das várias ilhas dos Açores percorreram hoje as artérias da cidade de Ponta Delgada em luta pela dignidade da classe e melhores salários.

Sérgio Carvalho considerou que o Governo Regional e o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) “referiram que não há bombeiros profissionais nas ilhas, o que é mentira”, sendo o “único arquipélago que não o reconhece”.

“Mesmo a Madeira reconhece os seus bombeiros como profissionais que vivem desta vida”, afirmou o dirigente sindical, que salvaguardou não beneficiarem estes de subsídio de risco, “que foi aprovado em 2021, na Assembleia Legislativa dos Açores” e nunca ter sido posto em prática pelo executivo açoriano, bem como seu estatuto de carreira.

Sérgio Carvalho referiu que “esta luta é para demonstrar ao futuro governo que os bombeiros dos Açores existem, que são profissionais”, sendo que, se estes não forem ouvidos vão “continuar com a luta para conseguir atingir os objetivos”.

Sexta-feira, o SRPCBA esclareceu que subsídio de risco como suplemento remuneratório é de “complexa aplicação” a todos os bombeiros dos Açores, por “força da dualidade” de regimes laborais existentes.

De acordo com o SRPCB, a medida, nos moldes reivindicados, é “discriminatória para com os bombeiros que exercem a sua função apenas em regime de voluntariado”.

“Defendemos que o caminho a percorrer deverá ser o da valorização salarial e social dos bombeiros de forma que estas sejam condicentes da especificidade da atividade de bombeiro”, apontou o SRPCB.

Na nota, o SRPCB recordou que nos últimos três anos “foram investidos no sistema de proteção civil regional, através das associações humanitárias de bombeiros voluntários dos Açores, mais de 34 milhões de euros”, nomeadamente para reforço do sistema de emergência médica em ambiente pré-hospitalar, aquisição de equipamentos de proteção individual, renovação da frota, manutenção de infraestruturas e grandes reparações, além da atualização das remunerações.

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