A Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), Açores, considerou hoje “inaceitável” que os preços praticados pela elétrica açoriana, “uma empresa com maioria de capital público”, se mantenham “nos valores atuais”, provocando “graves constrangimentos” às empresas e famílias.
A posição da associação empresarial das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa surge na sequência de uma reunião, realizada na quarta-feira, pela Comissão do Comércio da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo.
Num comunicado com as conclusões da reunião, a associação empresarial alerta para o aumento dos custos de energia e “a ausência de medidas compensatórias para fazer face à perca de rentabilidade e competitividade das empresas”.
“Numa região com fortíssima presença das energias renováveis e que poderia ser um exemplo mundial de sustentabilidade energética, é inaceitável que os preços praticados por uma empresa com maioria de capital público se mantenham nos valores atuais e provoquem tão graves constrangimentos às empresas e famílias”, aponta a CCAH.
A Comissão do Comércio assinala que “há um risco e perigo claro de a região, e o país, entrarem em deflação e com uma travagem económica desastrosa”.
Segundo a associação empresarial da Terceira, São Jorge e Graciosa, “desde o início deste trimestre, nota-se, claramente, uma diminuição da faturação, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior”.
E, esta situação “terá reflexos e consequências diretas na criação de riqueza e manutenção de emprego”, sustentam.
No turismo, a Câmara do Comércio de Angra assinala a importância de diminuir a sazonalidade, que permita a criação e manutenção do emprego naquele setor.
Já no que se refere aos vencimentos dos trabalhadores, a CCAH defende a “manutenção dos incentivos ao incremento do ordenado médio, de forma a que as empresas possam ter algum apoio para a subida dos salários médios” e evitar “situações de injustiça e desigualdade entre funcionários, face ao aumento do salário mínimo em 2024”.
A associação empresarial açoriana manifestou ainda “uma enorme apreensão” relativamente ao “crescimento da economia paralela” exigindo uma maior fiscalização às alegadas infrações.
Por outro lado, consideram que se mantêm as dificuldades relacionadas com os transportes marítimos.
As empresas e consumidores “continuam a ser afetados” pelo “atraso de material e mercadorias”, devido “aos problemas relacionadas com as cadeias de abastecimento e a ausência de contentores no mercado mundial”, acrescenta a associação empresarial.