O Governo Regional dos Açores investiu oito milhões de euros em dois ‘data centers’ que compõem a Azores Cloud, um em Ponta Delgada e outro em Angra do Heroísmo, que substituem 129 salas, disse hoje o presidente do executivo.
“É verdadeiramente uma revolução na medida em que nós acabámos com 129 salas técnicas que existiam para fazer este trabalho duplicando custos, criando situações de risco na sua preservação, que não tinham nem as redundâncias, nem a garantia de cibersegurança que estes dois ‘data centers’ – que também funcionam em redundância e complementaridade -, asseguram numa instalação sismo resiliente”, disse José Manuel Bolieiro.
O presidente do Governo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava aos jornalistas na inauguração do ‘data center’ instalado no espaço do Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, São Miguel.
Referindo-se ao equipamento inaugurado hoje em Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro explicou que “tem a máxima garantia, não só quanto à cibersegurança, como também, quanto à preservação do próprio ‘hardware’ que assegura a preservação dos dados”.
Com a entrada em funcionamento dos dois novos equipamentos que compõem a Azores Cloud e a anulação das 129 salas técnicas espalhadas pelas ilhas, o executivo açoriano estima uma poupança energética de um milhão de euros por ano.
O líder do Governo referiu que o AZores Cloud integra os dois ‘data centers’ “gémeos” – um construído em Ponta Delgada (São Miguel) e outro em Angra do Heroísmo (Terceira) -, para garantir “mitigação na latência” e permitir que o de Angra do Heroísmo sirva as ilhas que estão localizadas na parte mais ocidental do arquipélago e que o de Ponta Delgada sirva as ilhas de São Miguel e de Santa Maria.
“Assim, estamos com os dois em atualização e ambos fazem e cumprem este objetivo: o de complementaridade e de redundância”, salientou.
José Manuel Bolieiro também referiu que a despesa efetuada, cofinanciada em 85% por fundos comunitários, garante “eficiência e eficácia” nas decisões da administração pública “que têm, depois, também influência direta e indireta” no funcionamento da economia e na capacidade de produção de riqueza nos Açores.
Os ‘data centers’ permitem que toda a administração pública autónoma passe a ter no território “a segurança e, sobretudo, o tratamento dos seus dados de forma centralizada”.
No discurso proferido na inauguração, o chefe do executivo referiu ainda que os equipamentos serão utilizados por cerca de 150 entidades públicas regionais, num universo aproximado de 55 mil utilizadores e admitiu trata-se de “uma solução inovadora e ímpar no país”.
“Após três anos de mandato, os Açores atingem um patamar muito elevado no que se refere às redes de dados, infraestruturas de suporte aos sistemas de informação ‘data centers’, à sua governança e à cibersegurança nas componentes dos meios humanos e dos meios tecnológicos”, declarou.
O presidente do Governo Regional falou também de outros investimentos no setor, lembrando que foi executado o projeto Azores Cyber 360, num investimento de dois milhões de euros do Programa de Recuperação e Resiliência, que visa dotar a região de um ‘Security Operations Center’ (SOC), e está em formação a primeira equipa de ‘Computer Security Incident Response Team’ (CSIRT), entre outros.
No Plano e Orçamento para 2024, no âmbito da modernização da administração pública regional, será implementado o projeto “Mobile.Gov”, no valor de 2,3 milhões de euros, “visando a uniformização das políticas de administração do parque informático, melhoria das condições tecnológicas de mobilidade e de teletrabalho e reforço da capacidade de resposta, resiliente e ágil dos serviços públicos”.